Estresse em UTI é tema de pesquisa

O trabalho foi feito por funcionários do Hospital Universitário de Cascavel
Publicação
26/11/2010 - 16:00
Editoria

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Hospital Universitário do Oeste do Paraná de Cascavel divulga resultado de pesquisa sobre estresse em familiares de pessoas internadas em UIT. O trabalho “Fatores estressantes para familiares de pacientes criticamente enfermos de uma Unidade de Terapia Intensiva” foi realizado por médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, enfermeiros e nutricionistas do hospital.
A internação de um parente próximo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi considerada pelos familiares um evento estressante. Todos os participantes da pesquisa indicaram pelo menos um evento causador de estresse capaz de provocar diferentes reações emocionais”. O objetivo do trabalho foi o de identificar os principais estressores ambientais, conforme a percepção de familiares de pacientes internados em uma UTI de adultos de um hospital público universitário. O estudo se baseou em entrevistas realizadas com familiares de pacientes gravemente enfermos.
De acordo com as informações da psicóloga Jaquilene Barreto da Costa na pesquisa se pode comprovar que os fatores relacionados ao paciente foram mais estressantes do que os referentes à interação equipe/família e a eventos ambientais. No geral, os familiares indicaram pelo menos um evento percebido como estressante referente à internação de um familiar na UTI. Os eventos percebidos como muito estressantes, segundo os familiares consultados pela pesquisa, estiveram relacionados à insegurança e ao medo quanto ao estado clínico do paciente além do tempo de internação e ver o paciente em coma/sedado. Apenas o item “não conhecer os membros da equipe” foi percebido como sendo um fator estressante.
A equipe de pesquisadores concluiu que a avaliação de eventos estressantes em ambiente de terapia intensiva deve incluir não somente o que é percebido como estressante para o paciente, mas também pelo familiar, que se torna um importante aliado na recuperação do paciente.
Dessa forma, explica a psicóloga, o conhecimento desses eventos poderá instrumentalizar as ações de humanização do atendimento, propiciando alternativas para reduzir os níveis de estresse com vistas à redução das complicações psiquiátricas subseqüentes, bem como poderá ser um importante instrumento em um programa de melhoria de qualidade da assistência, tendo como foco não só o paciente, mas também um atendimento centrado na família. “Por estas razões, medidas devem ser adotadas, de acordo com a realidade e possibilidade de cada hospital, para diminuir o impacto negativo desencadeado pela internação de um familiar na UTI”.