Os estragos provocados pela tempestade do domingo continuam sendo avaliados e reparados nesta segunda-feira (07). Bombeiros e Defesa Civil são os principais órgãos envolvidos e trabalham com todo o efetivo disponível, assim como a Copel. Técnicos da Fundepar e Departamento de Obras e Manutenção estão visitando escolas dos bairros atingidos, para reestabelecer as atividades curriculares.
Na manhã desta segunda-feira (07), os bombeiros tentavam vencer a demanda de chamados da população para atender os estragos provocados pelo temporal. Foram mais de 250 chamados, na qual o Corpo de Bombeiros, coordenado pela Defesa Civil, atendeu 124 chamados considerados mais graves, das 16 h de domingo até as 6 h da manhã de segunda-feira. Depois desse período aumentou a intensidade dos pedidos de desobstrução de vias públicas e retirada de árvores caídas nas residências.
Atendimentos – A equipe da Defesa Civil ficou de plantão durante toda a noite, quando foram atendidas 124 ocorrências, sem registro de vítimas fatais. O Corpo de Bombeiros atendeu chamados nos hospitais Cajuru, Evangélico e Nossa Senhora das Graças, que tiveram destelhamento parcial de suas estruturas e foi necessário o remanejamento de leitos e limpeza de alagamentos de áreas importantes dos hospitais. Também foram feitos atendimentos nos postos de saúde do município de Curitiba.
Houve muitas quedas de árvores, destelhamentos de casas e supermercados e alagamentos em vários pontos da cidade e da região metropolitana. No total, foram atendidos em Curitiba 96 locais com queda de árvores, 12 locais com casas e locais públicos destelhados e 12 pontos de alagamento na cidade, até as 6h, horário do último boletim da Defesa Civil. Em Almirante Tamandaré, Quatro Barras e Colombo, foram atendidos chamados para atender quedas de árvores e destelhamento.
Em Cascavel, o temporal começou mais cedo, por volta de 13 h de domingo. Foram atingidas 26 residências dos bairros do Tarumã, Interlagos, Jardim Canadá, Floresta. A Defesa Civil enviou 800 metros quadrados de lonas plásticas para cobrir as casas destelhadas.
Em Guarapuava, o temporal chegou por volta das 13h50. Também foram registrados alagamentos e destelhamentos de residências. A Defesa Civil enviou 240 metros quadrados de lonas plásticas para cobrir as casas atingidas.
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros continuam atendendo os chamados, que foram se acumulando desde quando começou o temporal. Segundo o sargento Gerson Ricardo Ramos, da Defesa Civil foi impossível atender todos os chamados foram estabelecidas prioridades de acordo com a gravidade das ocorrências.
Por volta das 20h, o Corpo de Bombeiros atendeu um chamado, pelo qual um adolescente de 16 anos teria caído em um córrego no Jardim Augusto, no bairro do Campo Comprido. No início da tarde, foi encontrado o corpo de um adolescente em um rio que atravessa o Jardim Itatiaia, bairro Cidade Industrial de Curitiba III, mas até às 14h30 não havia confirmação se era o mesmo garoto.
Escolas - A Fundepar montou várias equipes para vistoriar as 11 escolas estaduais que sofreram avarias com o temporal e tiveram suas atividades curriculares paralisadas. Entre os problemas registrados estavam alagamento, telhas quebras e computadores queimados. A diretora técnica Sandra Turra se reúne, na tarde desta segunda-feira, com o engenheiro Rui Polatti, chefe do escritório regional do Decon em Curitiba, equipes de trabalho e diretores das escolas para tomar as medidas emergenciais necessárias.
Copel – A Copel mobilizou toda sua equipe técnica para fazer retornar a energia elétrica aos bairros que tiveram a energia cortada em decorrência da tempestade. Segundo levantamento da empresa, 29 linhas alimentadoras de alta tensão ficaram danificadas e o mesmo número de bairros ficaram sem luz.
O corte no fornecimento de energia elétrica, provocado principalmente por quedas de árvores e de postes, além de descargas elétricas dos raios, atingiu 155 mil domicílios. No domingo, foram mobilizadas 50 equipes de emergências e manutenção, quando o normal é ter a disposição de 15 a 20.
Nesta segunda-feira (07), 20 equipes trabalhavam em conjunto com empresas prestadoras de serviço da Copel, para normalizar o abastecimento de energia em 440 residências. Segundo avaliação da empresa, uma situação similar aconteceu no domingo do último Carnaval, quando 180 domicílios foram atingidos pela falta de luz.
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Segundo o meteorologista Marco Antonio Rodrigues Jucevicius, do Instituto Tecnológico Simepar, o motivo da forte tempestade ocorrida na tarde de domingo, (06), foi a entrada de uma frente fria no Paraná. As nuvens de tempestade, que causaram muitos estragos na Capital, se formaram na região de Ponta Grossa, duas ou três horas antes de atingir a Região Metropolitana de Curitiba. “A chuva não teve características de um tornado e sim de uma tempestade muito forte”, avaliou.
Os medidores do Simepar, localizados no Jardim das Américas, marcaram ventos de até 58 km por hora – quando o normal é 36 a 40 km/hora – e, um total de 29 milímetros de água, ou seja, 1/3 que deveria chover neste mês. “Desde o dia 10 de junho não passava uma frente fria com condições para formar nuvens de chuva no Estado”, explicou o meteorologista. De acordo com o Simepar, a última tempestade com características semelhantes, foi registado no dia 5 de maio deste ano, porém com menor intensidade de ventos. “A forte tempestade deste domingo é predominante na primavera e verão, não no inverno como aconteceu”, estranhou Jucevicius. Segundo a Simepar, a previsão para os próximos dias é chuva leve na capital e região metropolitana.
Estragos provocados pela chuva estão sendo avaliados
Casos graves foram priorizados e atendimentos seguem nesta segunda-feira
Publicação
07/07/2003 - 00:00
07/07/2003 - 00:00
Editoria