Estação de tratamento de esgoto vai beneficiar 120 mil moradores de Londrina

Governador respeitou protesto, mas afirmou que não há como mudar local da obra e garantiu que não haverá prejuízos aos vizinhos da ETE
Publicação
21/01/2010 - 17:21
Editoria
O governador Roberto Requião e o presidente da Sanepar, Stênio Jacob, garantiram, nesta quinta-feira (21), em Londrina, que a instalação da Estação de Tratamento de Esgoto Esperança não causará prejuízos aos moradores da Chácara São Miguel. A obra, na Zona Sul de Londrina, vai beneficiar 120 mil pessoas. “O Governo tem investido fortunas na saúde em Londrina, como nos hospitais da Zona Norte e Zona Sul, no Pronto-Socorro, no Hospital de Queimados. Mas de que adianta tudo isso se não tivermos esgoto tratado? Foi uma decisão pensada e tecnicamente analisada e tomada”, afirmou Requião. O governador esteve na cidade para assinar contrato entre Sanepar e Caixa Econômica Federal no valor de R$ 81,2 milhões, que serão investidos no saneamento básico de Londrina. Durante o evento, alguns moradores da Chácara São Miguel protestaram contra a construção da Estação de Tratamento de Esgoto, alegando que haverá mau cheiro e poluição. MODELO – A estação será baseada na instalada em Foz do Iguaçu e será modelo para o Paraná e para o Brasil. “Moradores, deputados, vereadores, representantes e técnicos da prefeitura e de órgãos municipais e estaduais constataram a inexistência de odores ou poluição e ainda irá gerar energia elétrica a partir do processo de tratamento. Também fizemos audiências públicas para discutir o projeto”, afirmou Stênio. “A discussão durou quatro anos. Entretanto, algumas pessoas ainda levantam o questionamento, como se não tivéssemos cuidado e compromisso na execução da mais moderna estação de tratamento de esgoto do País. É um investimento que faz parte do conjunto de obras que executamos na cidade e que vão possibilitar atender 94% da população com coleta e tratamento de esgoto”, acrescentou o presidente da Sanepar. Requião afirmou que não há como mudar o local da instalação. “Respeito o protesto, é democrático, mas a decisão foi tomada sobre bases técnicas. Temos que analisar as situações, verificar o interesse da maioria. Este é o caso da Estação de Tratamento de Esgoto. Uma decisão tomada em favor de 120 mil pessoas que moram em Londrina.” O presidente da Sanepar lembrou, também, que a população brasileira aprendeu a cobrar das autoridades investimentos em infraestrutura, “mas as pessoas não estão dispostas a arcar com o seu quinhão nestes empreendimentos.” Ele analisou que Londrina viveu, nesta quinta-feira (21), situação de dois extremos. “Enquanto as autoridades estão aqui para trazer recursos e obras que vão beneficiar toda a cidade, um grupo de moradores protesta contra a realização de outra obra que vai beneficiar 120 mil pessoas.” PREFEITURA – O prefeito de Londrina, Barbosa Neto, também defende a instalação da ETE Esperança. “Os moradores precisam confiar no Governo do Estado, na Sanepar, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e no Conselho Municipal de Meio Ambiente, porque nos reunimos diversas vezes para discutir o assunto. A escolha foi feita de forma técnica”, disse. De acordo com Stênio, a mudança do projeto também seria inviável financeiramente. “Executamos o projeto a partir deste local e qualquer alteração implica em mudança de projeto e em perda da licitação. São recursos de financiamento, com data certa para o desembolso”, explicou. A ordem de serviço para a construção da ETE Esperança foi assinada no final de novembro. As obras devem ter início ainda em janeiro, com prazo para conclusão em dezembro deste ano. Serão beneficiados diretamente 23 bairros em Cambé e 19, em Londrina. FUNAI – Também estiveram no evento desta quinta-feira índios caingangues, que pediram apoio ao Governo do Estado contra o fechamento dos escritórios regionais da Funai no Paraná. O Governo Federal decretou que os índios do Paraná devem ser subordinados aos escritórios de Florianópolis ou Chapecó, em Santa Catarina. “Acho esta mudança uma estupidez. Não há motivo racional. O Paraná tem entre 22 mil e 25 mil índios; Santa Catarina tem 1,2 mil. Já deixei clara a posição do Governo do Estado e disse ao (presidente Luis Inácio) Lula (da Silva) que ele deve reverter este processo. Contem com o meu apoio decidido e irremovível”, afirmou Requião.