Enxadrista com paralisia cerebral é destaque nos Jogos Colegiais do Paraná


Jéssica Weiss de Oliveira, de Querência do Norte, é exemplo de superação
Publicação
11/07/2007 - 16:33
Editoria
Na fase final dos 54.º Jogos Colegiais do Paraná (Jocop’s), a competição entre os alunos com necessidades educacionais especiais tem atraído a atenção de centenas de pessoas. Além de emocionante, cada partida desses campeões com algum tipo de deficiência é uma lição de vida. Nesta quarta-feira (11) uma atleta especial teve também um prestígio fora do comum no ginásio do Colégio Estadual do Paraná. Acompanhada do treinador, Paulo Henrique dos Santos, e da mãe, Vanda Weiss, a enxadrista Jéssica Weiss de Oliveira, de 16 anos, de Querência do Norte, é exemplo de superação. Jéssica tem paralisia cerebral e joga com o auxílio de uma ferramenta criada pelo técnico. “Quando a Jéssica nasceu eu fiquei pensando o que seria futuramente e como eu poderia ajudá-la. Por isso tive a idéia de ensinar o xadrez a ela e desenvolver um tabuleiro em que ela pudesse apontar qual a peça, linha, coluna e ação que gostaria de fazer no jogo. E deu certo. Depois de duas tentativas, chegamos ao modelo que usamos hoje nos Jogos”, explicou Santos. Vinda de um assentamento rural, onde a locomoção de um local para o outro é complicada, Jéssica se mostra feliz por estar participando dessa competição em Curitiba. A mãe não consegue esconder a alegria que o momento lhe proporciona. Com a felicidade estampada no rosto, Vanda disse que não esperava que a filha fosse tão prestigiada. “Estamos muito felizes. Todos que chegam querem vê-la jogar e vêm falar com a gente”, conta. Outro fã da estrela é o responsável pelo seu desenvolvimento no esporte. “É uma emoção muito grande vê-la jogando. Sinto uma satisfação imensurável, além de poder mostrar esse trabalho e ajudar outras crianças. A gente olha de fora e às vezes pensa que essas crianças não vão conseguir, mas temos que observar lá dentro de seus olhos e ver que o intelecto e o cognitivo foram preservados”, disse o treinador e amigo. Em uma simulação feita para a imprensa, Jéssica jogou com o coordenador geral da modalidade e surpreendeu a todos que a assistiram, tirando lágrimas de alguns que estavam presentes, apreciando esse esporte que exige muita concentração, raciocínio rápido e respeito entre os competidores.

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