Enfrentamento ao trabalho infantil depende de articulação entre setores

Cerca de 200 profissionais participaram do segundo dia do treinamento oferecido pela Secretaria da Criança e da Juventude
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18/11/2009 - 17:00
Editoria
No segundo dia da Capacitação para o Enfrentamento do Trabalho Infantil no Paraná, profissionais de diversas áreas assistiram à palestra “Sensibilização para atenção integral a crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil: aspectos conceituais e metodológicos”, de Carmen Raymundo, mestre em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiros (UERJ) e coordenadora do Programa de Saúde do Trabalhador Adolescente do Núcleo de Estudo da Saúde do Adolescente (Nesa), e pela psicóloga e pesquisadora do Programa de Saúde do Trabalhador Adolescente, do Programa de Atenção Primária do Nesa, Larissa Wolls. O tema foi escolhido em função da articulação do trabalho da Secretaria da Criança e da Juventude na estrutura de fluxos intersetoriais para a erradicar o trabalho da criança e do adolescente no Paraná. Cerca de 200 profissionais de diversas áreas de atendimento à criança e ao adolescente participam do evento que começou na terça-feira (17), em Curitiba. Um dos primeiros pontos abordados na palestra foi que para se obter sucesso na luta pela erradicação do trabalho de crianças e adolescentes é primordial chegar até as famílias de cada um deles. Outro ponto importante é a necessidade de a área da saúde se unir às ações contra a exploração de mão-de-obra infanto-juvenil. De acordo com Carmen, 51,5% das crianças e adolescentes que dão entrada em hospitais por contaminação com agrotóxicos e ferimentos com facões e foices trabalham na agricultura. A assistente social da Regional de Cascavel, Fabiana Bubniak, conta que a palestra orienta o trabalho de quem lida com crianças e adolescentes e contribuir na identificação dos problemas relacionados ao trabalho infantil. Uma das dificuldades enfrentadas quando se quer combater o trabalho de crianças e adolescentes é o convencimento das famílias que o trabalho infantil não é garantia de um futuro digno às crianças. As pesquisas apontam que a falta de escolarização, decorrente do trabalho, perpetua a pobreza. Por outro lado, Carmen ressalta a redução no número de crianças e adolescentes em trabalho infanto-juvenil no Brasil. Em 2001, eram 5,5 milhões e, em 2006, esse número caiu para 4,8 milhões, o que ela considera muito importante, apesar dessa média ainda ser muito alta. A coordenadora do evento, Regina Bley, destaca que o objetivo da Secretaria com a capacitação é dar continuidade ao trabalho que se iniciou no ano passado, que visa criar políticas públicas intersetoriais para o combate ao trabalho infantil no Estado.