Energia da usina de Araucária ajuda a evitar restrições ao consumo

ONS pediu à Copel que usina em testes ajude a compensar perda das linhas de Itaipu
Publicação
06/09/2006 - 15:30
Editoria
A pronta resposta da Copel à solicitação feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para que a Usina de Araucária fosse colocada em condições de operar em regime de emergência está evitando sérios problemas ao atendimento do mercado consumidor do Sul do país. “Além dos baixos níveis de armazenamento nos principais reservatórios da região Sul, a necessidade de receber enormes quantidades de energia elétrica gerada no Sudeste é fator de vulnerabilidade, como demonstrou o vendaval de sexta-feira passada, que desligou três das cinco linhas que transportam a energia produzida em Itaipu”, disse o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. O diretor de geração e de transmissão de energia da Copel, Raul Munhoz Neto, explicou que, por causa da estiagem, o Sul vinha recebendo das regiões Sudeste e Centro-Oeste cerca de 5,5 mil megawatts médios – ou dois terços de sua necessidade. Logo depois do vendaval que desligou três linhas do sistema de Itaipu (duas na tensão de 750 mil volts e uma em 600 mil), a capacidade de transferência de energia para o Sul ficou limitada a 1,5 mil megawatts médios. Para cobrir essa diferença, além de determinar o aumento de geração nas hidrelétricas do Sul, o ONS reforçou a solicitação à Copel de operar emergencialmente a Usina Termelétrica de Araucária e contribuir para a redução do déficit. “Ainda que com notável esforço a empresa Furnas, que opera o sistema de transmissão de Itaipu, tenha conseguido recuperar já na segunda-feira uma das linhas de 750 mil volts avariada, dois problemas operacionais persistiram”, disse Raul Munhoz. “A transferência de energia para a região Sul continuou limitada a 5 mil megawatts médios e, no horário de ponta, era o Sudeste que precisava de complementação, já que boa parte da sua demanda por potência era coberta pelas linhas que só na noite de terça-feira puderam ser reativadas.” Razões – Para o presidente da Copel, o sistema interligado poder contar com a energia que a Usina de Araucária está produzindo durante os testes é muito importante. “Acima de tudo, isso vem atestar a qualidade da manutenção que foi feita pela Copel nas instalações e equipamentos da usina durante os quase quatro anos que ela permaneceu inativa.” Gerando energia em regime de testes desde a metade de agosto, a usina, que utiliza gás natural como combustível, está produzindo eletricidade para o sistema elétrico nacional apesar das anormalidades técnicas, operacionais e de segurança identificadas pela Copel e que deverão ser reparadas oportunamente. “Os riscos decorrentes desses problemas estão sendo assumidos e administrados pelos agentes envolvidos”, informou o presidente da Copel, Rubens Ghilardi. “O fabricante das turbinas assegura e monitora o seu funcionamento com o gás que está sendo recebido, o que permite manter desativada a unidade processadora do combustível, que apresenta sérios vazamentos”. Quanto ao problema de intolerância das máquinas às variações de freqüência nos níveis admitidos pelo sistema elétrico interligado, o presidente da Copel destacou que o ONS garantirá o funcionamento da termelétrica adotando procedimentos operacionais que vão minimizar o risco desse desajuste acontecer. Fase final – A termelétrica de Araucária tem potência instalada de 484 megawatts e encontra-se em fase final de testes e de recomissionamento para atender a um pedido feito pelo ONS, organismo que coordena a operação do sistema elétrico interligado brasileiro. No final de junho, o ONS solicitou à Copel rapidez nas providências necessárias para que a Usina de Araucária pudesse funcionar em caráter de emergência e ajudar a atender a demanda, minimizando os riscos decorrentes da estiagem que desde dezembro de 2005 reduziu significativamente as vazões dos principais rios do Sul do país. Os ensaios em Araucária incluem períodos de geração a plena potência e a adição dessa energia – suficiente ao atendimento do consumo de quase toda a cidade de Curitiba – ao sistema elétrico interligado. “A energia gerada durante a fase de testes está ajudando a preservar os reduzidos estoques de água nas hidrelétricas”, informou Raul Munhoz Neto, diretor de geração e de transmissão de energia da Copel. “E com a perda momentânea das linhas do sistema de transmissão de Itaipu, a contribuição de Araucária passou a ser fundamental”.