A Secretaria de Estado do Turismo reúne mais de 400 participantes, entre secretários, dirigentes e técnicos municipais de turismo, no 9º Encontro Estadual, que acontece até quinta-feira (10), no Centro de Convenções de Curitiba. O encontro, aberto na terça-feira (8), tem como tema central “O Papel das Atividades Turísticas na Estruturação e Promoção dos Destinos”. O secretário de Estado do Turismo, Celso de Souza Caron, disse que o turismo apresenta números cada vez melhores, com geração de emprego e renda em todas as dez regiões turísticas nas quais o Estado se divide.
“O Paraná tem um considerável patrimônio turístico, apoiado por uma infra-estrutura de qualidade. Com o desenvolvimento de novos produtos e atrativos, chegamos a um fluxo de 7,5 milhões de visitantes, que deixaram uma receita de aproximadamente US$ 1,5 bilhão no Estado”, diz Caron. Ele destacou que o Paraná trabalha com vistas ao desenvolvimento do turismo de forma sustentável e descentralizada e pauta suas ações no Plano Estadual de Desenvolvimento do Turismo 2008-2011, recém lançado pelo governador Roberto Requião, e no Plano Nacional de Turismo 2007-2010.
Para o presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem do Paraná (Abav-PR), Antônio Azevedo, a realização do encontro em conjunto com o 14º Salão Paranaense de Turismo e a 4ª Mostra das Regiões Turísticas, que acontece nos dias 11 e 12 no Estação Embratel Convention Center, mostra a integração entre os órgãos públicos e a iniciativa privada. “Com essa sinergia podemos alcançar melhores resultados no turismo”, afirma.
Também estiveram na mesa de abertura o presidente da Paraná Turismo, Herculano Lisboa; o secretário de Turismo de Curitiba, Luiz Carvalho; o presidente do Ipardes, José Moraes Neto; e a diretora de Turismo de São José dos Pinhais, Aurora Girardi.
O ex-presidente da Embratur Eduardo Sanovicz fez a palestra de abertura. Sanovicz, que atualmente é diretor da Reed Exhibitions e professor doutor de Turismo da Universidade de São Paulo, foi um dos responsáveis pela criação da marca Brasil do Ministério do Turismo. Ele traçou um panorama do turismo no Século 21, a partir da mudança das relações de trabalho, do maior acesso às informações e do foco das organizações em resultado.
“Com a mudança nas relações de trabalho o tempo livre muda, assim como as férias e o lazer, que passam a ser cada vez mais agregados ao trabalho”, disse. O acesso à informação e as relações de parceria também provocaram mudanças. “Nesse cenário, a melhor definição de turismo pode ser sintetizada em quatro verbos – comer, dormir, consumir e visitar. O que muda é a forma pela qual o turista se desloca e razão pela qual se desloca”, afirmou.
Sanovicz disse que o foco do turismo no Brasil deixou de ser o lazer, como era nos anos 90, passando para um conjunto de programas de captação de eventos e de turismo de negócio, até a criação da marca Brasil nos anos 2000. “A constatação por parte de um país de que o turismo é um instrumento fundamental, economicamente eficaz, socialmente responsável e gerencialmente capaz de gerar recursos fora do eixo industrial e agrícola não é privilégio brasileiro”, observou. O programa de turismo da Espanha, por exemplo, foi criado em 1912, citou o professor.
O resultado do investimento no turismo, disse Sanovicz, pode ser visto nos indicadores do Banco Central. O faturamento do setor, que era de US$ 4,2 bilhões em 2006, chegou a US$ 4,9 bilhões em 2007, se mantendo como a quinta maior atividade econômica do País.