Encontro em favor da expansão da Ferroeste mobiliza líderes políticos e empresariais

Reunião em Chapecó (SC) teve a presença de lideranças do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina
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03/03/2008 - 18:00
Editoria
O encontro em favor da expansão da Ferroeste para a região Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, realizado na sexta-feira (29) em Chapecó (SC), teve presença de lideranças dos três Estados envolvidos no projeto de integração da ferrovia, que vai ligar Mato Grosso do Sul, Paraná e Oeste catarinense. O auditório da Associação Comercial e Industrial de Chapecó ficou completamente lotado e reuniu deputados federais e estaduais, prefeitos, vereadores e empresários. Para o secretário de Estado da Agricultura do Paraná, Valter Bianchini, que representou o governador Roberto Requião no encontro, a ferrovia é muito importante para o desenvolvimento sustentável das regiões envolvidas no processo. “Seguindo as diretrizes do Governo do Paraná, a Ferroeste, já integrada com o Estado de Santa Catarina, começa agora a ouvir as lideranças, criar esse movimento importante. Nós como agricultores estamos aqui para fortalecer essa iniciativa e achamos que ela é de fundamental importância para o crescimento do nosso Sudoeste do Paraná e do Oeste de Santa Catarina”, disse Bianchini. O deputado federal catarinense Valdir Colatto (PMDB), que preside a Frente Parlamentar de Agricultura, lembrou que um dos sérios problemas enfrentados pelo País está relacionado à logística. “Nós estamos irmanados dentro do Congresso Nacional para resolver essa questão, por isso tenho certeza de que a bancada irá nos ajudar e quero deixar aqui o meu testemunho de apoio e dizer que o Brasil precisa de ferrovias para transportar nossa safra que cada vez cresce mais”, afirmou Collato. Dirceu Dresch, deputado estadual pelo PT de Santa Catarina, disse não entender porque o Brasil abandonou as ferrovias. “Nós não podemos olhar tanto para a questão dos recursos que teremos que investir, mas entender o que isso significa para o futuro em termos de redução de custos, principalmente para a matéria-prima que consumimos aqui”, disse. Dresch afirmou que os dois projetos – Ferrovia do Frango e o Ramal do Sudoeste –precisam ser trabalhados em sintonia com as bancadas estadual e federal dos três Estados. “O que nos deixa felizes é que hoje temos uma perspectiva do Governo Federal, nós temos oportunidade de lutar por um sonho que pode se tornar realidade muito em breve”, afirmou. Para o deputado federal Celso Maldaner (PMDB/SC), a integração de Santa Catarina com o Paraná e o Mato Grosso do Sul é uma necessidade. Ele ressaltou que o País nunca passou por um momento tão favorável em questão de recursos disponíveis para investimentos. “O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social tem dinheiro para aplicar esse ano e esse projeto não é nada em relação a outros que vejo lá em Brasília”, afirmou o deputado. Segundo o deputado federal do Sudoeste do Paraná, Assis do Couto (PT), a mobilização realizada em Chapecó provou que o Paraná está empenhado em busca da ferrovia. Ele ressaltou as diversas comitivas do Sudoeste presentes no encontro. “Estou percebendo que Francisco Beltrão, Pato Branco, Dois Vizinhos, Palmas, Ampére e demais municípios estão aqui porque acreditam nesse projeto”, disse. “Essa questão da ferrovia é fundamental para a logística de integração do País”, disse Couto. Mesmo sem participar da reunião a deputada estadual paranaense, Luciana Guzella Rafagnin (PT), afirmou que apóia a iniciativa e fez questão de telefonar ao presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, antes do encontro em Chapecó, para assumir o compromisso de participar ativamente do processo. Em 2003, ela apresentou um projeto de lei na Assembléia Legislativa (PL nº 119/2003), para criar um ramal ferroviário e integrar a região Sudoeste à Ferroeste. Agora, segundo a deputada, com o esforço conjunto dos governos dos três Estados este sonho está perto de se tornar realidade. O deputado estadual Augustinho Zucchi (PDT), disse que o projeto da Ferroeste é de suma importância para o transporte dos insumos agrícolas e que o transporte de cargas se tornará muito mais barato. “No mundo inteiro as ferrovias são os principais meios de transporte, mas aqui no Brasil ainda não chegamos nesse ponto. Entendo que essa é uma idéia brilhante que precisa de muita força e determinação, até mesmo da população que aqui estava representada por todas essas lideranças”, afirmou. O secretário de Estado da Região Oeste de Santa Catarina, Luciano Buligon, falou em nome do governador Luiz Henrique da Silveira. Segundo ele, o governador manifestou apoio total à extensão da Ferroeste, como já havia expressado na reunião entre a ministra Dilma Roussef e os governadores do Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, no Palácio do Planalto, em 25 de janeiro deste ano. O diretor-presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, disse que a reunião de Chapecó traz a convicção de que o ramal da ferrovia para o Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina será incluído nos projetos de expansão da Ferroeste negociados com o governo federal. “Esta reunião é a conclusão de uma primeira etapa da luta pela extensão da Ferroeste ao Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina. Agora, é partir para o aprofundamento dos estudos de viabilidade. Comprovada a viabilidade da obra, daremos os passos seguintes até a sua construção. Esta reunião foi uma passo gigante para a construção do necessário consenso político em torno da questão”, disse Encerrando o encontro, o presidente da Associação Comercial de Chapecó, Vincenzo Francesco Mastrogiacomo, leu a Carta de Chapecó, que presta reconhecimento ao Estado do Paraná pela construção da ferrovia entre Guarapuava e Cascavel e conclama pela união entre os Estados e o Governo Federal. “É um projeto generoso e heróico, à altura da coragem e determinação dos paranaenses, catarinenses e sul matogrossenses e à altura do mundo que sonhamos para as futuras gerações”, disse. “O primeiro passo foi dado pelo Estado do Paraná quando, entre 1992 e 1994, construiu o primeiro trecho da ferrovia, ligando Guarapuava e Cascavel, em parceria patriótica com o Exército Brasileiro e mediante monumental esforço financeiro. Os próximos passos devem ser dados com a união dos nossos Estados e do governo federal”, acrescentou. A Carta de Chapecó também celebra o fato de que a luta pela expansão da Ferroeste propicia um momento singular de união política entre distintas regiões dos Estados envolvidos no projeto: “Através desta Carta registramos no Cartório da História este auguroso momento de união política das regiões Oeste de Santa Catarina, Sudoeste do Paraná, Oeste do Paraná e do Sul do Mato Grosso do Sul em favor de uma artéria ferroviária que venha trazer integração e desenvolvimento econômico social para as nossas regiões. Será desta mesma união das forças sociais das nossas regiões que surgirão invencíveis os passos seguintes até a completa realização do sonho. A nobreza da causa e a Justiça que encerra justificam todo o esforço que venha a ser necessário empreender!”

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