Encontro discute alternativas tecnológicas de informática

Projeto Software Livre, do Governo do Paraná, irá trazer economia e praticidade para usuário de computador
Publicação
05/08/2003 - 00:00
O secretário de Estado para Assuntos Estratégicos Nizan Pereira, o presidente da Celepar (Companhia de Informática do Paraná) Marcos Mazoni, pesquisadores e pessoas ligadas à área de informática estarão em Londrina nesta quinta-feira (07) para mais uma etapa do Projeto Software Livre Paraná. Londrina é a segunda cidade do Estado a sediar a apresentação do projeto, com o apoio da deputada estadual Elza Correia. A entrada é livre e as inscrições devem ser feitas pelo site www.tntedu.com.br/softwarelivre. O projeto do governo do Paraná conta com a participação de diversas empresas que têm como objetivo a promoção do uso dos softwares livres, programas e sistemas com código fonte aberto, mais baratos e que permitem ao usuário executá-lo, copiá-lo, distribuí-lo, modificá-lo e aperfeiçoá-lo segundo suas necessidades particulares. Segundo o secretário para Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, a utilização de programas de código aberto representa a economia de cerca de US$ 2,5 bilhões por ano, para os três níveis da administração pública. “É um custo altíssimo apenas para o pagamento de licenciamentos dos softwares proprietários”, explica o secretário, que fará a abertura do evento. No Paraná, o governo gasta R$ 1 milhão por mês em licenciamentos. Por decisão do governador Roberto Requião, a Celepar passou a auxiliar a aplicação de softwares livres nas secretarias. A primeira a ter serviço de correio eletrônico, servidores de páginas na internet, banco de dados, autenticadores e ferramentas de seguranças feitos totalmente em softwares livres é a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, que calcula economia de R$ 800 mil no final do processo. O software livre equivalente ao mais utilizado no mercado é o sistema Linux. Diferente do programa tradicional, o Linux permite alterações no seu código-chave, tornando possíveis as adaptações de acordo com as necessidades do usuário, o que é proibido para os softwares-proprietários. A adoção de softwares livres significa, além disso, economia, pois os programas dessa categoria são isentos dos pagamentos dos royalties de licenciamento para uso, contanto que as adaptações feitas fiquem disponíveis à coletividade. Assim, os programas ganham a possibilidade de ter melhor desenvolvimento, baixando custos e democratizando o acesso aos meios de informação. O alvo do evento em Londrina, que contará com palestras de especialistas da área, são empresas e indústrias em geral, que usam sistemas de informática e pagam pelo licenciamento de programas, assim como órgãos da administração pública estadual, municipal e federal, estudantes universitários, pesquisadores e interessados na área de informática em geral. “As aplicações desenvolvidas na Secretaria podem ser utilizadas em outros órgãos de governo”, explica o presidente da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), Marcos Mazoni. De acordo com Mazoni, a utilização do software livre vai melhorar a integração da base de dados do Governo do Estado. “Quanto maior a utilização, maior a capacidade de cruzar dados de diferentes secretarias e autarquias”, diz. A deputada estadual Elza Correia enfatiza a importância da democratização da informação por meio do software livre. “É uma alternativa que pode ser levada para dentro das escolas, auxiliando o desenvolvimento educacional das crianças; pode ajudar os administradores públicos a controlar melhor as informações de que necessitam para tomar decisões, tudo isso a um custo bem mais baixo do que a informatização tradicional”, salienta a deputada. Outros três apoiadores do evento têm boas iniciativas de uso de programas livres. A ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) utiliza softwares livres na comunicação interna. Na Universidade Estadual de Londrina um grupo de alunos do curso de computação estuda o sistema Linux no grupo chamado G-Linux DC e o NPD (Núcleo de Processamento de Dados) faz, atualmente, a migração dos programas da administração e da reitoria para o Linux. Na Cohapar (Companhia de Habitação do Paraná) 27 escritórios no Estado adotaram o sistema. O responsável da área de informática e informações do órgão, Antonio Carlos Morozowski, explicará no encontro o uso de Softwares Livres em escritórios interligados O professor e chefe do depto. de Computação da UFPR, Marcos Sunye, desenvolve pesquisas no tema há 12 anos e tratará do tema “Ensino em Ambiente de Software Livre”. A última palestra será sobre a Viabilidade do Software Livre, pelo doutor em engenharia pela USP José Fernando Micali, sócio da TNT Educacional, que também apóia a iniciativa. A empresa, original de Lins, abre as portas em Londrina no dia do evento.