“A violência contra a mulher é o pivô da violência na sociedade, pelo filho que vivencia essa violência dentro da família” destacou Gleici Hoffmann, diretora-financeira da Itaipu Binacional e integrante do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher. Ela abriu nesta quinta-feira (21) o 13o Encontro da Mulher Rural, na sede do Clube Japonês Acea em Apucarana para 510 mulheres.
Segundo Gleici, a mulher preserva os valores que dão base à vida da espécie humana. “Esses valores femininos são paz, carinho, sensibilidade, conforto, igualdade, participação e conciliação na casa, no trabalho e na sociedade”, afirmou.
O evento promovido pelo Governo do Paraná, por meio da Emater e do Núcleo Regional da Secretaria da Agricultura, juntamente com a Prefeitura Municipal de Apucarana, teve por objetivo valorizar o papel da mulher, desenvolvendo na programação palestras que possibilitem o aumento da auto-estima, a crença na própria capacidade e o direito de controle sobre a própria vida.
A expectativa de resultado pretendida pela comissão organizadora é o de garantir a inclusão das mulheres nas políticas públicas, projetos e programas vigentes, contribuindo para seu acesso à terra, à assistência técnica, ao crédito rural, aos postos de trabalho e à geração de renda.
“Uma evolução fantástica”, assegura a economista doméstica Jandira Valmórbida, coordenadora-geral do encontro e chefe da unidade municipal da Emater de Apucarana. Ela lembrou que nos primeiros encontros, com a média de freqüência de 100 a 150 participantes, os objetivos eram calcados no atendimento das necessidades básicas decorrentes das limitações nas atividades domésticas rurais. “Com o passar do tempo, evoluímos para a prática da cidadania, orientando sobre documentação legal e previdência social”, destacou.
Segundo Jandira, nesta 13a edição o foco é o chamamento para a mulher participar da construção do desenvolvimento rural. “Que ela saia mais encorajada de eventos como este, atue como empreendedora e perceba que pode fazer parte de organizações promotoras da melhoria da qualidade de vida da sua comunidade, do seu município”, afirma. Como funcionária da extensão rural oficial, Valmórbida lembra de uma proposta de inclusão maior, “ ver as mulheres tomando gosto pelo conhecimento tecnológico produtivo, usando técnicas de cultivo e de criações voltadas à sua realidade familiar”.
Luzia Aparecida de Carvalho, 53 anos, do Sítio Boa Vontade, da Comunidade São Pedro, município de Rio Bom, casada, mãe de quatro filhos adultos, instrução escolar até 8a série do 1o grau e lida diária juntamente com o marido nos oito alqueires da família, confirma a evolução dos encontros e da temática abordada. Para ela, o melhor de estar participando é de viver o momento de união e da força, presentes na mulher rural, e utilizadas no fortalecimento da estruturação familiar.
Aponta ainda que o papel de cada uma supera o de mãe, passando a ter a função de contribuir na renda familiar. “A mulher rural cresceu muito, não quer só ter coisas novas em casa, quer também pensar, decidir e contribuir na construção da felicidade da família”, afirma Luzia, creditando à Emater o mérito da realização dos encontros para as mulheres e registra agradecimentos às prefeituras em auxiliá-las no transporte de suas cidades até o evento.
Dos 114 mil habitantes de Apucarana, 52% são do sexo feminino, informa o prefeito Valter Aparecido Pegorer, citando que a demonstração da importância da mulher na sua administração está na criação do Instituto de Atenção a Mulher, em 2003, e este ano a criação da Secretaria Municipal da Mulher e Assuntos da Família.
Encontro de mulheres rurais debate violência e trabalho
O evento foi promovido para valorizar o papel da mulher, desenvolvendo na programação palestras que possibilitem o aumento da auto-estima, a crença na própria capacidade e o direito de controle sobre a própria vida
Publicação
21/07/2005 - 18:20
21/07/2005 - 18:20
Editoria