Empresa incubada no Tecpar aponta solução para Caximba

Aterro recebe 2,5 mil toneladas de lixo por dia; proposta para resolver poluição é da empresa 3R Tecnologia Ambiental
Publicação
27/02/2008 - 17:00
Resolver o problema de poluição do aterro da Caximba, que recebe 2,5 mil toneladas de lixo por dia, é o que propõe a empresa 3R Tecnologia Ambiental, instalada na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), que funciona dentro do Tecpar. Todo aterro sanitário precisa ter um sistema de tratamento para não poluir o meio ambiente. “O problema é o alto custo dos processos tradicionais e dos equipamentos utilizados para minimizar os impactos ambientais provocados pelo lançamento do chorume”, explica Fabiana Ferreira, uma das sócias da empresa. “Nosso objetivo é alcançar a máxima eficácia possível na remoção das cargas poluentes contidas no chorume, permitindo, enfim, o retorno do líquido ao meio ambiente dentro dos padrões exigidos pela legislação”, acrescenta Fabiana. A pesquisa da 3R Ambiental, que apresenta uma combinação inovadora dos processos existentes, partiu da tese de mestrado da engenheira Maria Rosi M. Rodrigues, com a orientação do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Urivald Pawlowski e está sendo desenvolvida em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), com o apoio do Senai-CIC/Cetsam e da UFPR. “Com o trabalho realizado, comprovamos que é possível reduzir os índices de toxicidade e as cargas poluentes em mais de 90% de forma a não poluir o rio Iguaçu”, afirma a engenheira sanitarista Maria Rosi. O líquido tratado passará agora por um novo teste de toxicidade para se verificar a necessidade de tratamentos complementares – são as últimas análises antes de se finalizar a pesquisa. O próximo passo é o dimensionamento da planta em escala real. Devido à alta complexidade das características do chorume, o seu tratamento eficaz compreenderá um conjunto de processos que serão capazes de garantir a sua real descontaminação evitando o comprometimento dos rios e níveis freáticos da região. “Os resultados são bons. A expectativa é de que em breve possa ser implantada uma etapa complementar na estação de tratamento existente no aterro, minimizando o impacto ambiental e melhorando a qualidade de vida da população”, comemora Fabiana. O Ministério Público (MP) determinou que a Prefeitura de Curitiba resolva o problema até fevereiro de 2008 e pede o fim da utilização do aterro localizado no bairro da Caximba, em Curitiba, que também recebe o lixo dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e está com sua capacidade de armazenamento esgotada, apesar dos seus 410 mil m². De acordo com ambientalistas, mesmo com a desativação do aterro da Caximba é preciso tratar adequadamente o chorume por mais 10 ou 15 anos.