Resolver o problema de poluição do aterro da Caximba, que recebe 2,5 mil toneladas de lixo por dia, é o que propõe a empresa 3R Tecnologia Ambiental, instalada na Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec), que funciona no Instituto de Tecnologia do Paraná - Tecpar. Todo aterro sanitário precisa ter um sistema de tratamento para não poluir o meio ambiente. “O problema é o alto custo dos processos tradicionais e dos equipamentos utilizados para diminuir os impactos ambientais provocados pelo lançamento do chorume”, explica Fabiana Ferreira, uma das sócias da empresa.
A pesquisa da 3R Ambiental, que apresenta uma combinação inovadora dos processos existentes, partiu da tese de mestrado da engenheira Maria Rosi M. Rodrigues, com a orientação do professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Urivald Pawlowski, e está sendo desenvolvida em parceria com o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Curitiba, com o apoio do Senai-CIC/Cetsam e da UFPR.
O objetivo é alcançar a máxima eficácia possível na remoção das cargas poluentes contidas no chorume, permitindo, enfim, o retorno do líquido ao meio ambiente dentro dos padrões exigidos pela legislação”, diz Fabiana.
A partir da implantação de uma planta-piloto de tratamento biológico e da análise de vários parâmetros de controle, foi identificada uma grande quantidade de amônia presente no chorume e foi comprovado o seu elevado grau de toxicidade, com a quase total eliminação em um dos processos da solução em desenvolvimento.
O líquido tratado passará agora por um novo teste de toxicidade para se verificar a necessidade de tratamentos complementares. São as últimas análises antes de se finalizar a pesquisa. O próximo passo é o dimensionamento da planta em escala real.
De acordo com as engenheiras, outro resultado significativo foi a redução de valores de um parâmetro denominado DBO5 (que mede a quantidade de matéria orgânica no chorume), de 1.300 mg/l na saída para o rio para cerca de 40 ou 50 mg/l após a passagem pela estação de tratamento piloto. O valor máximo permitido pela legislação para o seu lançamento no meio ambiente é de 100 mg/l.
Devido à alta complexidade das características do chorume, o seu tratamento eficaz compreenderá um conjunto de processos que serão capazes de garantir a sua real descontaminação evitando o comprometimento dos rios e níveis freáticos da região.
“Os resultados são bons. A expectativa é de que em breve possa ser implantada uma etapa complementar na estação de tratamento existente no aterro, minimizando o impacto ambiental e melhorando a qualidade de vida da população”, comemora Fabiana.
O Ministério Público (MP) determinou que a Prefeitura de Curitiba resolva o problema até fevereiro de 2008 e pede o fim da utilização do aterro localizado no bairro da Caximba, em Curitiba, que também recebe o lixo dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba e está com sua capacidade de armazenamento esgotada, apesar dos seus 410 mil m².
A Caximba está operando desde 1989. De acordo com ambientalistas, mesmo com a desativação do aterro da Caximba é preciso tratar adequadamente o chorume por mais 10 ou 15 anos.
A 3R Ambiental está no mercado há três anos desenvolvendo soluções para tratamento de efluentes líquidos e resíduos sólidos e empregando processos para redução de custos e que evitam agressões ao meio ambiente.
Empresa da Incubadora do Tecpar apresenta solução para o aterro da Caximba
Proposta é da empresa 3R Tecnologia Ambiental, instalada na Incubadora Tecnológica de Curitiba, que funciona no Instituto de Tecnologia do Paraná
Publicação
12/12/2007 - 15:40
12/12/2007 - 15:40
Editoria