O presidente da Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Rafael Greca, entregou as chaves de mais dois conjuntos habitacionais no interior do Estado. Em Sertaneja, no Norte Pioneiro, o Residencial Jardim das Flores, nome escolhido pelos novos moradores, vai atender 63 famílias de baixa renda, pela modalidade caução e, em Andirá, outras 41 foram beneficiadas pelo PSH (Programa de Subsídio a Habitação), do Ministério das Cidades. Só em Sertaneja, o investimento do empreendimento foi de quase R$ 872 mil. Nos dois municípios foram gastos mais de R$ 1,4 milhão, para um total de 104 novas unidades habitacionais.
Greca disse durante a entrega das chaves que quando a gente sonha, a gente tem esperança. “E hoje vocês estão vivendo o sonho se transformar em realidade porque tiveram esperança. Esse é um momento especial porque se as aves do céu tem seus ninhos, a raposa tem sua toca, o homem também precisa ter onde descansar sua cabeça. Por isso, paguem em dia suas prestações, pois assim podemos construir mais casas para pessoas que precisam tanto quanto vocês”, avisou.
As casas do Residencial Jardim das Flores possuem 40 metros quadrados com dois quartos, sala, cozinha com pia de louça, banheiro com chuveiro e louça sanitária, lavanderia com tanque e uma pequena varanda. São construídas totalmente em alvenaria, com forro e telhas de cerâmica.
O custo médio de cada unidade é de R$ 14 mil. A modalidade caução é subsidiada pelo Governo Federal, através da Caixa Econômica Federal, pelo Tesouro Estadual, por meio da Cohapar e pelas prefeituras, que são responsáveis pela doação da área e da infra-estrutura. Nas moradias de Sertaneja, os novos mutuários pagarão entre R$ 34,00 e R$ 48,00 por mês durante seis anos. O valor é calculado de acordo com a declaração da renda familiar, não podendo ultrapassar o limite de 20%
O presidente da Cohapar aconselhou aos novos mutuários que jamais se desfaçam de suas casas. “Esse é um bem precioso e uma oportunidade única. Vocês estão recebendo um presente para a vida toda porque a felicidade do povo nasce da virtude de um governante. É isso que está fazendo o presidente Lula, o governador Roberto Requião e o prefeito Neuton Cardoso. Se vocês caírem na tentação de vender suas casas, jamais terão outra chance novamente porque estarão no cadastro único”.
A cidade de Sertaneja é um pequeno município localizado no Norte Pioneiro. Possui seis mil habitantes do meio rural e urbano. “Nossa economia é baseada na agroindústria”, comenta o prefeito Neuton Cardoso. Segundo ele, sua administração tem trabalhado na geração de empregos e qualificação de mão de obra. “Não adianta trazermos indústrias se não houver mão de obra qualificada”. Ele reconhece que é graças às parceria que tem conseguido junto ao governo Estadual e Federal, o município tem conseguido alguns avanços importantes que vem contribuindo muito para uma administração melhor. “Essas 63 unidades habitacionais que estamos entregando é uma prova concreta desta parceria que também contribui para o desenvolvimento econômico da nossa cidade. Estamos fazendo mais 63 famílias felizes, que passam a ter uma qualidade de vida melhor”, destacou o prefeito.
Para o superintendente regional da Caixa Econômica de Londrina, Roberto Luiz Bachmann “cada entrega que fazemos é sempre um momento de grande alegria. Quando iniciamos um processo para a construção de um novo empreendimento, não nos preocupamos só com a parte material, mas sim com o lar de cada família. Essa é a nossa missão. Contribuir para oferecer dignidade e cidadania para cada morador de um conjunto. Isso só está sendo possível graças ao esforço dos três poderes (federal, estadual e municipal), um verdadeiro exemplo para o país.
A emoção tomou conta de Helena Maria dos Santos. Ela pediu a palavra durante a solenidade para fazer um depoimento. Chorando e emocionando os presentes ela disse há muito tempo aguardava um momento como este na sua vida. “Estou muito emocionada, porque esse é um momento muito especial de toda minha vida. Todos os outros conjuntos que foram construídos mas meu nome não estava lá. Eu não desisti. Dessa vez foi diferente, entrei novamente na fila e foi uma emoção sem fim quando me avisaram que uma dessas casas seria minha. Eu consegui uma casa para morar. Todos esses anos fiquei pagando aluguel. É um dinheiro que vai e não volta. Agora vou pagar pelo que é meu graças ao governador, a Cohapar e ao prefeito”.
Conforto e segurança
Maria das Dores Silva, 45 anos está casada com José Cardoso (57), há quase 28 anos. O casal tem 5 filhos entre 26 e 11 anos w na casa onde vivem, moram cinco pessoas. Maria e José eram trabalhadores rurais, bóia-fria, mas um problema de coluna afastou José do trabalho. Hoje quem mantém a casa é Maria que ainda continua trabalhando no campo, na colheita de café. “É um serviço que dura no máximo dois meses, depois a gente tem que ficar procurando roça para limpar”, explica Maria.
A casa onde moram pertence a cunhada de Maria. “Viemos morar aqui por não ter como pagar aluguel. Isso já fazem 21 anos”. É uma casa muito velha, com 3 peças sem forro, úmida e cheia de buracos nas paredes, protegida por pedaços de plástico. Ela reclama que chove muito dentro e na cozinha não tem nem como ficar, “molha tudo, e apodrece os móveis. Por isso, nem acredito que vamos ter uma casa melhor. Estamos muito felizes. Me sinto como se estivesse casando de novo e indo morar num lugar que sempre sonhei, com tudo limpinho e ajeitado do meu gosto. Já plantei várias mudas de flores, para fazer um jardim bem bonito e florido, como um novo começo de vida”.
Também trabalhando no campo desde os 12 anos de idade, Fabiana Theodoro Mercho, 25 anos, fala da nova mudança. “Quando fiz a inscrição, cheguei até fazer promessa. Depois veio a notícia que fui contemplada, fiquei sem saber o que fazer. Foi uma emoção tão grande que não parecia real”, lembra.
Fabiana é casada com Alfredo da Silva Pereira, 31 anos, que também é bóia-fria. O casal tem dois filhos. Uma menina de 5 anos e um menino de 1 ano. Eles vivem num quarto, com a cama, geladeira e fogão. Apesar de pequeno, o espaço, Fabiana é caprichosa. Todos dorme numa cama de casal. O banheiro, sem chuveiro elétrico, é usado na casa dos pais que moram ao lado. Com eles, o casal divide as despesas de água e luz.
“Minha vida começou a mudar no momento que fui sorteada. Foi como se estivesse esperando um filho. Na hora que receber a chave, será como o nascimento. É uma nova vida que começa”.