Depois de quase um ano desde que o último grande temporal promoveu estragos sérios no sistema elétrico que atende Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, a Copel precisou mobilizar-se duas vezes em menos de 72 horas para consertar, reconstruir e restabelecer suas redes de distribuição, atingidas por tempestades de idêntica intensidade e ambas acompanhadas de fortes ventos e inúmeras descargas atmosféricas.
A primeira, no final da tarde de 29 de outubro, uma segunda-feira, provocou interrupções no fornecimento de eletricidade a mais de 315 mil unidades consumidoras (192 mil delas, na cidade de Curitiba) e derrubou cerca de 10 quilômetros de redes elétricas. Já a segunda teve início por volta das 15 horas da quinta-feira, dia 1.º de novembro, e seus efeitos foram sentidos em 334 mil domicílios (178 mil na Capital). Em toda a região, há 1,1 milhão de ligações elétricas atendidas, sendo que 663 mil em Curitiba.
ESTRAGOS – Nas duas ocasiões, a Copel mobilizou todas as equipes disponíveis de emergência e de manutenção. Para acelerar os reparos e abreviar a duração das interrupções, os efetivos da concessionária ganharam o reforço de equipes de empreiteiras contratadas: ao todo, 270 eletricistas e técnicos da Copel e 280 de empresas prestadoras de serviços atuaram na recomposição das redes elétricas, que em muitos trechos precisaram ser reconstruídas. “Só em conseqüência do temporal de 29 de outubro, foi necessário refazer 9,3 mil metros de redes – 5 mil apenas em Curitiba”, informou o diretor de distribuição da Copel, Ronald Ravedutti. “É um trabalho pesado e que demanda tempo, obviamente”.
O diretor detalhou, ainda, que o mesmo temporal derrubou 806 árvores sobre as redes de energia elétrica (750 em Curitiba), que precisaram ser removidas para permitir o trabalho das equipes de reparos. Em razão disso, 61 postes quebrados tiveram de ser substituídos (25 em Curitiba) e 74 cruzetas – travessas instaladas na parte superior dos postes, onde são fixados os cabos condutores – foram trocadas. Também necessitaram ser trocados 24 transformadores, avariados por descarga atmosférica ou pela quebra do poste onde estavam instalados.
Durante a noite do temporal e no dia seguinte, enquanto muitas notificações de ocorrência eram atendidas pelas equipes técnicas, a Central de Atendimento Telefônico da Copel recebeu 50 mil ligações e registrou períodos de congestionamento. “A extensão e a gravidade dos danos provocados por esta tempestade foram incomuns, mas acabaram se repetindo com a mesma intensidade e conseqüência semelhante três dias depois”, anotou Ravedutti. “Antes, a última vez em que um temporal havia causado tamanhos estragos no nosso sistema elétrico foi em 19 de novembro de 2006, quando 370 mil consumidores, dos quais 205 mil em Curitiba – passaram algum tempo sem energia”.