Em Mariluz, casa própria significa vida nova para família de bóia-fria

A nova moradia do trabalhador rural foi construída pelo programa Casa da Família/PSH, uma parceria entre a Cohapar, a Caixa Econômica Federal e a prefeitura de Mariluz
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15/11/2004 - 00:00
Editoria
A vida está começando a melhorar para o trabalhador rural Lourival Aparecido Andrade Souza e sua família. No início deste mês, eles se mudaram para uma das 27 casas construídas pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) em Mariluz, região Centro-oeste do Estado. Até então, Lourival e a esposa Cleide Aparecida de Oliveira viviam com os três filhos pequenos numa pequena casa improvisada de madeira. “Estamos muito satisfeitos”, conta Cleide. “Nossa moradia anterior era muito pequena. Só quem passou por isso sabe como é difícil viver num lugar pequeno, improvisado, com três crianças. Agora estamos muito bem instalados”, diz ela. Mesmo há poucos dias na casa nova, Cleide já começa a deixar a morada com a cara da família. Lourival trabalha numa usina de açúcar da região durante oito meses, colhendo cana-de-açúcar. No resto do ano, trabalha como bóia-fria. Cleide cuida da casa e das crianças, que têm cinco, três e dois anos de idade. A família é de Maringá, mas mudou-se há cerca de 20 anos para Mariluz, onde já viviam parentes. Agora, de casa nova, pretende fincar raízes na cidade. “Vamos ficar por aqui e fazer nossa vida”, afirma Cleide. A nova moradia de Lourival e Cleide foi construída pelo programa Casa da Família/PSH, uma parceria entre a Cohapar, a Caixa Econômica Federal e a prefeitura de Mariluz. São casas de 40 metros quadrados, dois quartos, sala, cozinha, banheiro, varanda, forro, construídas em alvenaria e cobertas em telhas cerâmicas. Há nove opções de projeto arquitetônico diferentes – cada morador escolhe o seu. Os recursos são do Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social (PSH), da Caixa. A prefeitura é responsável pela doação dos terrenos e realização de obras de infra-estrutura. “A Cohapar vem fazendo um grande esforço para minimizar o déficit habitacional no Paraná. Para atender a mais famílias como a do Lourival e da Neide, estamos lutando por mais recursos para financiar moradia para quem recebe até três salários-mínimos por mês, pois é nesta faixa de renda que se concentra 85% do déficit habitacional no Brasil”, explica o presidente da Cohapar, Luiz Romanelli. “Atualmente, o PSH é o único programa com esse perfil. Precisamos encarar a moradia como uma ação de interesse social; para isso, precisamos de mais alternativas de financiamento.” Em Mariluz, as moradias foram construídas próximas ao centro da cidade, com escola, igreja e posto de saúde acessíveis a todos os moradores. O déficit habitacional relativo do município (14,21%) é superior ao apurado em todo o Estado (6,35%), de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).