O Brasil vai realizar em outubro do ano que vem uma das eleições mais importantes desde a retomada do sistema democrático no país, na metade da década de 1980. Em 2010, os brasileiros vão votar para presidente da República, dois senadores, governadores dos Estados, deputados federais e estaduais. Agora, nesta eleição não estará em jogo apenas e simplesmente quem serão os nossos futuros governantes. O que estará em votação são modelos antagônicos de gestão pública.
No ano que vem terminam os governos do presidente Lula e de Roberto Requião, aqui no Paraná. Mas o que isto representa? Simplesmente que estarão sendo concluídos, após oito anos, dois ciclos de governos sociais que criaram políticas específicas para as camadas menos favorecidas da sociedade. Portanto, o que o eleitor vai dizer é se prefere a continuidade desta forma de administrar ou a volta do neoliberalismo, sistema voltado apenas aos interesses dos grandes grupos econômicos.
Mas, independente de posições partidárias, de alinhamento ideológico ou sistemas de governo, um debate que o Brasil não pode deixar de fazer é a criação de um plano de desenvolvimento auto-sustentável. É bom destacar que a política do governo federal garantiu a estabilidade econômica e a ascensão social para milhares de brasileiros que estavam abaixo da linha da pobreza.
Agora, o que precisamos debater amplamente é o que será necessário para garantir a soberania da população brasileira a partir de 2010. Nos últimos anos o governo federal apresentou uma série de projetos que vão impactar a médio e longo prazo em todas as regiões do país como o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC e mais recentemente o projeto de transposição do rio São Francisco, para levar água a diversas regiões do Nordeste.
Mas entre todas estas questões, uma que precisa de especial atenção nestes debates antecedendo a eleição é a descoberta e a exploração do Pré-Sal, como foram denominadas as enormes jazidas (reservas) de petróleo no fundo do Oceano Atlântico no litoral brasileiro. É preciso que a sociedade se manifeste para dizer sobre os destinos dos recursos que serão gerados. Ora, eles terão que essencialmente beneficiar a população brasileira.
Em muitos países, as receitas do petróleo permitiram que um pequeno número de pessoas acumulasse fortunas enormes ou serviram para amainar o povo. Mas, vamos ver o caso da Noruega, que evitou esses dois perigos criando um “fundo do petróleo”. As receitas resultantes deste fundo podem contribuir para manter o nível de vida dos noruegueses muito tempo depois que as reservas se esgotarem.
Vale destacar que a Noruega vem obtendo, por vários anos consecutivos, o primeiro lugar no índice de desenvolvimento humano. Essa classificação, estabelecida pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o PNUD, leva em conta a renda por habitante, a expectativa de vida e o nível de educação. Este sucesso é decorrente da riqueza do subsolo do país. É este tipo de experiência que teremos de levar em conta, na elaboração do projeto de desenvolvimento do Brasil.
Aliás, recentemente o PMDB lançou esta discussão, que será levada em todos os cantos do país pelo ex-ministro Mangabeira Unger. Nosso Estado vai sediar, no próximo dia 21 de novembro, um grande encontro com todos os presidentes regionais do partido. Nesta ocasião, o que estará em discussão não será o projeto de candidatura própria ou coligações para o PMDB. Vamos avançar na discussão deste plano de desenvolvimento para o Brasil, a partir de janeiro 2011, quando o presidente Lula deixar o poder.
Esta será a contribuição do PMDB neste processo. Acredito que todos os partidos precisam atuar como protagonistas neste processo, porque este é um debate que o Brasil não pode deixar de fazer.
(*) Waldyr Pugliesi é deputado estadual, líder do PMDB na Assembleia Legislativa e presidente do Diretório Estadual do PMDB (www.waldyrpugliesi.com.br – e-mail waldyr@waldyrpugliesi.com.br)
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Pugliesi: “Partidos precisam debater um plano de desenvolvimento para o Brasil”
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“Eleições 2010: um debate que o Brasil precisa fazer”
Nesta eleição, aponta artigo do deputado Wladyr Pugliesi, não estará em jogo apenas quem serão os nossos futuros governantes; o que estará em votação são modelos antagônicos de gestão pública
Publicação
23/10/2009 - 19:30
23/10/2009 - 19:30
Editoria