A oferta da educação profissional em nível técnico nas escolas da rede pública estadual do Paraná é sete vezes maior que a de 2003. Depois de longo período de abandono, essa modalidade de ensino voltou a receber investimentos que recuperaram a infraestrutura das escolas e a criação de novas vagas, possibilitando formação qualificada. Oito anos atrás, cerca de 13 mil alunos faziam cursos profissionalizantes, e agora, são 96.810.
Para Sandra Garcia, responsável pelo departamento de Educação e Trabalho (Det) da Secretaria estadual da Educação, o Paraná tem se consolidado como um dos estados que mais dá atenção à profissionalização. “Temos investido pesado em todas as modalidades da educação básica e conseguimos consolidar a política de fortalecimento do ensino profissionalizante”, explica.
Sandra avalia que, nos últimos oito anos, sua equipe elaborou projetos que expandem a oferta desse tipo de ensino, principalmente nos cursos técnicos, o que resultou no reconhecimento do governo federal. “O Programa Brasil Profissionalizado, por exemplo, após aprovar nossos projetos, está destinando recursos para expandir ainda mais a oferta dos cursos no Paraná”.
Os esforços da Secretaria renderam aportes financeiros para investimentos na infraestrutura, na formação de docentes e para a aquisição de acervo bibliográfico e de equipamentos para os laboratórios. “Esses recursos surgiram porque temos demonstrado muito empenho. Recuperamos as escolas e cursos já existentes e abrimos novas unidades e cursos, fazendo com que, hoje, estejamos próximos dos 100 mil alunos, enquanto em 2003, eram apenas 13 mil”, afirma Sandra.
EXPANSÃO – Ela explica ainda que essa ampliação não se dá sem planejamento. “Expandimos a educação profissional ouvindo a comunidade escolar e observando a realidade de cada região, avaliando critérios como a existência de demanda, os interesses das comunidades, a existência de profissionais qualificados para lecionar as disciplinas de cada curso e, também, a existência de infraestrutura física adequada em cada estabelecimento de ensino”.
Conta-se, atualmente, com a oferta da educação profissional em 170 municípios, em 339 estabelecimentos de ensino, atendendo 96.810 alunos. As escolas profissionalizantes do Paraná oferecem formação em 12 diferentes eixos: Formação de Docentes, Ambiente, Saúde e Segurança, Apoio Escolar, Controle e Processos Industriais, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Cultural e Design, Produção Industrial e Recursos Naturais.
DESTAQUE – Nessa arrancada do ensino profissionalizante paranaense, há muitas escolas a merecer destaque. Uma delas fica no município de Pinhais e tem apenas cinco anos de existência. É o Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, uma das escolas mais bem equipadas e estruturadas da rede estadual, que fica dentro do parque Newton Freire Maia (antigo parque Castelo Branco). Tem 470 alunos, dos quais 130 internos, incluindo os indígenas que lá estudam. Cerca de 80 profissionais técnicos são formados anualmente.
O Centro oferece cursos técnicos em diversas áreas. O curso de Agropecuária, integrado ao ensino médio, atende também a comunidade indígena e é inédito no país. É realizado em modalidade de alternância, com três etapas anuais de 40 dias cada, durante 4 anos. São 27 indígenas de todo Paraná, das comunidades Kaigang e Guarani.
Há também cursos de Meio Ambiente, para alunos do ensino médio, para aqueles que já o concluíram e também para adultos, de Energias Alternativas, Paisagismo e Turismo. O de Enfermagem, subseqüente ao ensino médio, será aberto em 2011.
FORMAÇÃO – Para Eduardo Kardush, diretor do Ceep Newton Freire Maia, os cursos técnicos têm função importante na formação humana, técnica e profissional dos alunos. “Nosso centro tem acordos com prefeituras e empresas da região para estágio e realiza diversos projetos de pesquisas com universidades e com a Sanepar, além de convênios com prefeituras. Muitos dos alunos que estagiaram nessas instituições foram contratados, além de terem desenvolvido conceitos éticos e de cidadania”, diz.
A coordenadora do curso de Paisagismo, Karen Koch de Souza, conta que 20 alunos compõem a primeira turma do curso, que tem duração de 4 anos. “Os alunos nos dizem que têm gostado bastante das aulas. Temos um bom diálogo, o que permite sempre a melhoria do curso. Muitos deles até já pretendem cursar uma faculdade que tenha relação com o Paisagismo e trabalhar na área”, conta.
A aluna do 3.º ano do curso técnico de Meio Ambiente, Greicy Kelly Rodrigues de Camargo, se mostra tão satisfeita que já pensa em ir além. “Pretendo cursar Biologia na faculdade, essa vontade aumentou depois que comecei o curso técnico, que nos proporciona mais chances para o futuro e desenvolvimento pessoal”.
O Ceep conta com quatro laboratórios de química, física e biologia e de análises diversas, três laboratórios de informática, dois cozinhas, dois refeitórios com capacidade de servir mais de 2 mil refeições diárias e dormitório para 150 alunos. Há uma área agrícola, com cerca de 3 hectares, que tem carneiros, cabritos, bezerros, galinhas, coelhos e verduras diversas. Há, também, dois ônibus, trator, plantadeira, oficina e outros equipamentos.
RURAL – Uma ação do departamento de Educação e Trabalho que merece atenção é a Casa Familiar Rural (CRF). Trata-se de uma parceria entre a Secretaria da Educação e a Associação Regional das Casas Familiares Rurais (Arcafar) e é um modelo de educação que tem como objetivo promover formação e profissionalização. A meta é possibilitar que os jovens possam, nas regiões em que vivem, encontrar alternativas de trabalho e de geração de renda.
Gilvan Dal Vesco, coordenador da CFR Santo Antonio do Sudoeste, explica que a Casa Familiar Rural funciona de acordo com o método da alternância. Os alunos passam duas semanas em casa, aplicando, na prática, os conhecimentos adquiridos e, durante uma semana, ficam na Casa, quando estudam, com seus monitores, e aprendem técnicas e novos conhecimentos para lidar com a realidade do campo. “A pedagogia da alternância permite que o jovem aplique, em sua propriedade, os conhecimentos que adquire na Casa. Assim, fortalecemos também as comunidades agrícolas”, afirma.
Ele conta que a CFR já formou 228 jovens, que, hoje, trabalham em suas propriedades, produzindo com qualidade e em grande escala e garantindo boa renda familiar. As atividades mais desenvolvidas são agroecologia, bovinocultura de leite, cultivo de milho e soja e outras, que se enquadram às condições climáticas da região.
O aluno Jucinei da Rocha, do 3.° ano da CFR conta que aprendeu muito na CFR. “Antes de estudar aqui, não sabia quase nada de agropecuária. Agora sei muita coisa sobre hortaliças, qualidade do leite, entre outras coisas, e posso ajudar minha família. Depois, pretendo comprar uma terra no meu nome e aplicar as técnicas que aprendi”, diz.
A professora da disciplina de agroindústria, Sônia Leonardi, acha importante que o governo continue investindo na educação no campo. “Os cursos oferecidos nas CFRs motivam e qualificam os jovens, incentivando-os a permanecer em suas terras”, acredita. Segundo Sônia, o objetivo é promover educação, formação e profissionalização apropriada à realidade do campo.
No Sul do Brasil, o processo de implantação das Casas Familiares Rurais teve início no Paraná, em 1987, nos municípios de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste. A Casa Familiar Rural de Santo Antonio do Sudoeste completou 20 anos de existência neste ano e oferece o curso de ensino médio profissionalizante de técnico em agropecuária, atendendo a 65 jovens que vivem no meio rural dos municípios de Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita, Pinhal de São Bento, Bom Jesus do Sul e Barracão. Os estudantes têm, além das disciplinas regulares do ensino médio, disciplinas técnicas. O curso tem a duração mínima de 3 anos.
Para Sandra Garcia, responsável pelo departamento de Educação e Trabalho (Det) da Secretaria estadual da Educação, o Paraná tem se consolidado como um dos estados que mais dá atenção à profissionalização. “Temos investido pesado em todas as modalidades da educação básica e conseguimos consolidar a política de fortalecimento do ensino profissionalizante”, explica.
Sandra avalia que, nos últimos oito anos, sua equipe elaborou projetos que expandem a oferta desse tipo de ensino, principalmente nos cursos técnicos, o que resultou no reconhecimento do governo federal. “O Programa Brasil Profissionalizado, por exemplo, após aprovar nossos projetos, está destinando recursos para expandir ainda mais a oferta dos cursos no Paraná”.
Os esforços da Secretaria renderam aportes financeiros para investimentos na infraestrutura, na formação de docentes e para a aquisição de acervo bibliográfico e de equipamentos para os laboratórios. “Esses recursos surgiram porque temos demonstrado muito empenho. Recuperamos as escolas e cursos já existentes e abrimos novas unidades e cursos, fazendo com que, hoje, estejamos próximos dos 100 mil alunos, enquanto em 2003, eram apenas 13 mil”, afirma Sandra.
EXPANSÃO – Ela explica ainda que essa ampliação não se dá sem planejamento. “Expandimos a educação profissional ouvindo a comunidade escolar e observando a realidade de cada região, avaliando critérios como a existência de demanda, os interesses das comunidades, a existência de profissionais qualificados para lecionar as disciplinas de cada curso e, também, a existência de infraestrutura física adequada em cada estabelecimento de ensino”.
Conta-se, atualmente, com a oferta da educação profissional em 170 municípios, em 339 estabelecimentos de ensino, atendendo 96.810 alunos. As escolas profissionalizantes do Paraná oferecem formação em 12 diferentes eixos: Formação de Docentes, Ambiente, Saúde e Segurança, Apoio Escolar, Controle e Processos Industriais, Gestão e Negócios, Hospitalidade e Lazer, Informação e Comunicação, Infraestrutura, Produção Alimentícia, Produção Cultural e Design, Produção Industrial e Recursos Naturais.
DESTAQUE – Nessa arrancada do ensino profissionalizante paranaense, há muitas escolas a merecer destaque. Uma delas fica no município de Pinhais e tem apenas cinco anos de existência. É o Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, uma das escolas mais bem equipadas e estruturadas da rede estadual, que fica dentro do parque Newton Freire Maia (antigo parque Castelo Branco). Tem 470 alunos, dos quais 130 internos, incluindo os indígenas que lá estudam. Cerca de 80 profissionais técnicos são formados anualmente.
O Centro oferece cursos técnicos em diversas áreas. O curso de Agropecuária, integrado ao ensino médio, atende também a comunidade indígena e é inédito no país. É realizado em modalidade de alternância, com três etapas anuais de 40 dias cada, durante 4 anos. São 27 indígenas de todo Paraná, das comunidades Kaigang e Guarani.
Há também cursos de Meio Ambiente, para alunos do ensino médio, para aqueles que já o concluíram e também para adultos, de Energias Alternativas, Paisagismo e Turismo. O de Enfermagem, subseqüente ao ensino médio, será aberto em 2011.
FORMAÇÃO – Para Eduardo Kardush, diretor do Ceep Newton Freire Maia, os cursos técnicos têm função importante na formação humana, técnica e profissional dos alunos. “Nosso centro tem acordos com prefeituras e empresas da região para estágio e realiza diversos projetos de pesquisas com universidades e com a Sanepar, além de convênios com prefeituras. Muitos dos alunos que estagiaram nessas instituições foram contratados, além de terem desenvolvido conceitos éticos e de cidadania”, diz.
A coordenadora do curso de Paisagismo, Karen Koch de Souza, conta que 20 alunos compõem a primeira turma do curso, que tem duração de 4 anos. “Os alunos nos dizem que têm gostado bastante das aulas. Temos um bom diálogo, o que permite sempre a melhoria do curso. Muitos deles até já pretendem cursar uma faculdade que tenha relação com o Paisagismo e trabalhar na área”, conta.
A aluna do 3.º ano do curso técnico de Meio Ambiente, Greicy Kelly Rodrigues de Camargo, se mostra tão satisfeita que já pensa em ir além. “Pretendo cursar Biologia na faculdade, essa vontade aumentou depois que comecei o curso técnico, que nos proporciona mais chances para o futuro e desenvolvimento pessoal”.
O Ceep conta com quatro laboratórios de química, física e biologia e de análises diversas, três laboratórios de informática, dois cozinhas, dois refeitórios com capacidade de servir mais de 2 mil refeições diárias e dormitório para 150 alunos. Há uma área agrícola, com cerca de 3 hectares, que tem carneiros, cabritos, bezerros, galinhas, coelhos e verduras diversas. Há, também, dois ônibus, trator, plantadeira, oficina e outros equipamentos.
RURAL – Uma ação do departamento de Educação e Trabalho que merece atenção é a Casa Familiar Rural (CRF). Trata-se de uma parceria entre a Secretaria da Educação e a Associação Regional das Casas Familiares Rurais (Arcafar) e é um modelo de educação que tem como objetivo promover formação e profissionalização. A meta é possibilitar que os jovens possam, nas regiões em que vivem, encontrar alternativas de trabalho e de geração de renda.
Gilvan Dal Vesco, coordenador da CFR Santo Antonio do Sudoeste, explica que a Casa Familiar Rural funciona de acordo com o método da alternância. Os alunos passam duas semanas em casa, aplicando, na prática, os conhecimentos adquiridos e, durante uma semana, ficam na Casa, quando estudam, com seus monitores, e aprendem técnicas e novos conhecimentos para lidar com a realidade do campo. “A pedagogia da alternância permite que o jovem aplique, em sua propriedade, os conhecimentos que adquire na Casa. Assim, fortalecemos também as comunidades agrícolas”, afirma.
Ele conta que a CFR já formou 228 jovens, que, hoje, trabalham em suas propriedades, produzindo com qualidade e em grande escala e garantindo boa renda familiar. As atividades mais desenvolvidas são agroecologia, bovinocultura de leite, cultivo de milho e soja e outras, que se enquadram às condições climáticas da região.
O aluno Jucinei da Rocha, do 3.° ano da CFR conta que aprendeu muito na CFR. “Antes de estudar aqui, não sabia quase nada de agropecuária. Agora sei muita coisa sobre hortaliças, qualidade do leite, entre outras coisas, e posso ajudar minha família. Depois, pretendo comprar uma terra no meu nome e aplicar as técnicas que aprendi”, diz.
A professora da disciplina de agroindústria, Sônia Leonardi, acha importante que o governo continue investindo na educação no campo. “Os cursos oferecidos nas CFRs motivam e qualificam os jovens, incentivando-os a permanecer em suas terras”, acredita. Segundo Sônia, o objetivo é promover educação, formação e profissionalização apropriada à realidade do campo.
No Sul do Brasil, o processo de implantação das Casas Familiares Rurais teve início no Paraná, em 1987, nos municípios de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste. A Casa Familiar Rural de Santo Antonio do Sudoeste completou 20 anos de existência neste ano e oferece o curso de ensino médio profissionalizante de técnico em agropecuária, atendendo a 65 jovens que vivem no meio rural dos municípios de Santo Antônio do Sudoeste, Pranchita, Pinhal de São Bento, Bom Jesus do Sul e Barracão. Os estudantes têm, além das disciplinas regulares do ensino médio, disciplinas técnicas. O curso tem a duração mínima de 3 anos.