Economista da Universidade de Oxford critica postura da União Européia frente à crise

Magnus Ryne afirmou que a UE é muito mais dependente dos EUA que se imagina
Publicação
09/12/2008 - 12:47
Editoria
A falta de uma ação conjunta e mais forte da União Européia – bloco econômico, político e social que reúne 27 países – para conter os efeitos da crise foi criticada por Magnus Ryner, economista sueco, radicado na Inglaterra, e PhD em relações internacionais pela Universidade de Oxford, que abriu a programação da manhã desta terça-feira (9) do seminário “Crise – Rumos e Verdades”, promovido em Curitiba, pelo Governo do Paraná. Conforme explicou o economista, mesmo com a crise sendo a mais séria dos últimos 30 anos, os países da UE não conseguem superar a divisão interna, o que acarreta em estratégias políticas, econômicas e industriais diferentes e por conseqüência aceleram a dependência aos Estados Unidos. Ryner contestou as afirmações que a União Européia poderia ser um contra-peso ao domínio econômico-financeiro norte-americano. Segundo ele, a UE é muito mais dependente da economia americana do que é divulgado. “Hoje, a estrutura européia favorece a economia norte-americana. Aqueles que previram um contra peso europeu à hegemonia americana subestimam a fraqueza estrutural da Europa”, analisou. Segundo Ryner, a Europa, antes da crise financeira, já vinha de um período de estagnação econômica, com desenvolvimento desigual e uma tendência à desunião das sociedades e dos países. “Além disso, os negócios europeus foram diretamente implicados com a crise”, salientou. Na avaliação do professor sueco, uma das alternativas é uma ampla cooperação internacional que poderia ser liderada pelo G-20 (grupo formado pelas 19 maiores potências mais a própria UE). “Ou ainda pelo fortalecimento das economias do Bric - Brasil, Rússia, Índia e China”, acrescentou. CENÁRIOS - Ryner desenhou ainda três possíveis cenários que podem surgir na União Européia como conseqüência da crise que atingiu as economias mundiais. No primeiro, a Europa se mantém parceira-júnior dos Estados Unidos, na tentativa de reconstituir crescimento global liderado pelas finanças. No segundo, a UE retomaria fortes medidas protecionistas, no que o professor define de “Fortaleza Europa”. Já no terceiro cenário, os países europeus poderiam caminhar pra uma democracia social global.

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