O presidente da Companhia de Habitação do Paraná, Rafael Greca, apresentou na quarta-feira (4), durante reunião de trabalho com superintendentes da Caixa Econômica Federal, os projetos dos Parques Beira-Rio, de salvação dos mananciais, que vão garantir habitação às pessoas que ocupam regiões de risco na beira dos rios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “Já em 1909 o poeta Emílio de Menezes advertia que à medida que a cidade cresce os pobres e os sapos são empurrados para lugares cada vez mais distantes”, disse Rafael Greca. “Todo espaço mal ocupado será ocupado pelo mal”, completou. De acordo com Greca, a citação do poeta justifica a implantação do projeto Beira-Rio, que pretende dar uma solução para o problema dos mais pobres e dos sapos. “Nós vamos tirar as famílias das áreas de risco e dar moradia digna com resgate social e vamos criar os parques para que voltem os sapos e os peixes”, esclareceu. Para Greca, a ocupação desordenada de um local proporciona que o mal se instale no espaço. “O mal não é a pobreza. O mal é o povo se afogando. O mal é a moradia de risco, é a rua sem saída, o gueto onde se esconde a quadrilha de traficantes. O mal são os mais pobres nas mãos dos especuladores imobiliários das ocupações irregulares, que cobram pelo direito de morar na favela”, enfatizou. Ao apresentar o projeto para os dirigentes da Caixa Econômica, Greca destacou que idéia é a de criar um desenho estratégico sobre como superar o problema da concentração de 40% da população do Paraná em cima dos mananciais de água da capital do Estado e em cima da região onde nasce o Rio Iguaçu. “Nós vamos usar esse momento bom do PAC com a vontade política do presidente Lula e do governador Requião para fazer o melhor possível”, completou. BEIRA-RIO E BID - Em maio deste ano, o projeto Beira-Rio também foi apresentado ao consultor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Jeroen Klink, que esteve na Cohapar com a finalidade de instruir a proposta, que estará incluída num amplo programa de urbanização e habitação popular para a Grande Curitiba, abrangendo 25 municípios. “Este projeto usaria os investimentos do PAC como contrapartida e multiplicaria em até três vezes estes recursos, aplicando-os em melhoria da qualidade de vida das cidades que compõem o anel metropolitano de Curitiba”, disse Greca. A Cohapar vai liderar as parcerias com as diversas instituições estaduais, já que o programa prevê um fortalecimento da gestão metropolitana. Para efetivar esse projeto, um seminário está sendo programado. “Será um seminário internacional no qual o BID vai pagar a vinda de especialistas do mundo todo para cá e nós vamos começar a estudar a Região Metropolitana a partir da Cohapar”, disse Greca. Para ele, é necessário que exista primeiro um programa de investimento. “É preciso que existam idéias concretas, e o seminário será o local onde vamos equacionar e relacionar as idéias que possam dar um desenho metropolitano e um futuro para RMC”, completou.