Diretoria da Celepar não vê motivos para a greve dos funcionários

Os três principais pedidos dos empregados foram atendidos pela empresa
Publicação
04/11/2009 - 16:40
O principal motivo da greve dos trabalhadores da Companhia de Informática do Paraná (Celepar), iniciada nesta terça-feira (3), é a redução das horas extraordinárias determinada pela diretoria da empresa. Na avaliação da diretoria, não existe nenhum outro motivo para a paralisação, já que os três principais itens alegados para a paralisação, segundo o Sindicato que representa os empregados, foram atendidos pela empresa: diminuição do intervalo de almoço de 1,5 hora para 1 hora, fim das restrições para concessão do auxílio-educação (cursos de graduação) e a grade de cursos de interesse, previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT 2009). A partir deste mês também começarão a ser aplicados os 2% sobre a folha de pagamento a título de promoção, outra medida prevista no ACT 2009. Sobre a redução das horas extras, a diretoria da Celepar explica que a medida atendeu exigência do Tribunal de Contas, que desde abril vem advertindo sobre o excesso do uso dessa prerrogativa, “sob pena de responsabilização dos gestores”. Há casos em que o número de horas extras e de sobreaviso aumentavam os vencimentos dos empregados até cinco vezes. Nos últimos meses os gastos da empresa com o pagamento de trabalho extraordinário mais os encargos chegaram a R$ 360 mil/mês. O mais grave é que esse montante foi gasto para o pagamento de apenas 12% dos funcionários da Celepar. Para a diretoria da Celepar, o problema não é só de custos, “mas do excesso de trabalho além do permitido pela lei e dos prejuízos que isto pode acarretar para a segurança e a saúde do trabalhador”. Para diminuir a necessidade de horas extras, a Celepar realizou em outubro concurso público para contratação de técnicos em vários setores. Os novos empregados deverão assumir suas funções nos próximos dias. Segundo o presidente da Companhia, Vanderlei Iensen, a Celepar é um dos órgãos do governo que mais cresceu nos últimos sete anos. “A empresa vivia um processo de sucateamento e de tercerização de seus serviços. Os contratos de terceirização somavam mais de R$ 400 milhões”, lembrou. “O atual governo rompeu com esses contratos, investiu em infra-estrutura, desenvolvimento tecnológico, contratação de pessoal, capacitação profissional e expandiu os serviços ofertados pela empresa. Hoje a Celepar é reconhecida pela excelência de seus serviços e é referência nacional no desenvolvimento de soluções em software livre”, destacou o presidente. No mês passado foi inaugurado um novo prédio da Companhia, ao lado da sede histórica no Centro Cívico, em atendimento a uma demanda de mais de 35 anos. Em relação aos salários, além da recomposição de todas as perdas inflacionárias, no Governo Requião (2003-2009) os empregados da Celepar tiveram um ganho real de 8,3%. “Os trabalhadores da Celepar, mesmo nos períodos mais difíceis da economia, sempre tiveram o reconhecimento do atual governo durante as negociações trabalhistas”, diz Iensen. Ele revelou que desde o início do movimento se colocou à disposição para dialogar com o sindicato sobre eventuais divergências. A greve não prejudicou nenhum serviço essencial do Estado, que dependem dos sistemas hospedados e mantidos pela Celepar. Serviços de saúde, segurança e da Receita Pública continuam funcionando normalmente.