Diferença cai, mas mulheres ainda ganham metade do que os homens


Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) e do Ministério do Trabalho e Emprego, maior diferença salarial está entre os profissionais com curso superior
Publicação
07/03/2008 - 14:58
Editoria
A desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho vem diminuindo, porém de forma muito lenta. O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) fez um comparativo entre homens e mulheres no mercado de trabalho paranaense entre os anos de 2001 e 2006 e contatou que a participação das mulheres aumentou enquanto que a dos homens diminuiu. Elas possuem maior escolaridade mas, em todos os setores de atividade (comércio, indústria e serviços), ganham menos que os homens. Os dados foram obtidos da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) e do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE. Em 2006, a remuneração da mulher com curso superior completo foi metade do valor recebido pelo homem, com a mesma formação. Esta foi a maior diferença salarial. Enquanto o rendimento médio (que inclui no cálculo férias e décimo terceiro salário) dos homens foi de R$ 3.343,39, o das mulheres foi de R$ 1.729,29. A menor diferença salarial se deu entre os profissionais analfabetos, onde as mulheres ganharam 81,2% do salário dos homens. Entre os trabalhadores com doutorado, o rendimento das mulheres foi de 88,4% do salário dos homens. Mesmo nas atividades onde há predomínio feminino (indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos, serviços de alojamento, alimentação, reparo, manutenção, radiodifusão e televisão, serviços médicos, odontológicos e veterinários, ensino, administração pública direta e indireta), segundo dados do MTE, em 2006, as mulheres receberam, em média, 30% a menos que os homens. A remuneração média real da mulher paranaense, segundo dados do MTE, em 2006, foi de R$ 894,33 correspondendo a um aumento de 5,3% de 2001 para 2006, superior ao crescimento da remuneração masculina no mesmo período, que foi de 3,4%. Ainda assim, em todos os níveis de escolaridade, o avanço do salário das mulheres para se igualar com o dos homens foi pequeno. Em média, não alcançou três pontos percentuais a mais. AVANÇOS - Embora ganhando menos que os homens, na tentativa de uma equiparação salarial, as mulheres têm estudado mais. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para 2006 no Paraná, apontam que as mulheres apresentam mais tempo de estudo que os homens, pois a maioria delas (53,4%) e menos da metade deles (46,6%) tem mais de 15 anos de estudo, ou seja, curso superior completo ou mais. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios - PNAD, entre 2001 e 2006, aumentou a participação feminina no mercado de trabalho do Paraná, passando de 41,9% para 44,6%. Em contrapartida, diminuiu a inserção dos homens que era de 58,1% e passou a ser de 55,4%. Durante o período, ingressaram no mercado de trabalho 437 mil mulheres e 233 mil homens. A informalidade vem diminuindo gradativamente, demonstrando que elas, mesmo recebendo menos que os homens, estão conseguindo ampliar a sua participação no mercado de trabalho formal. Isto se deve, principalmente, à maior inserção da mulher no serviço público, onde houve aumento de 1,4% entre 2001 e 2006, enquanto houve uma queda de 0,3% no ingresso de homens no setor. Já nos postos de trabalho com carteira assinada, as mulheres tiveram um aumento de 3% e os homens de 4,4% no mesmo período.

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