O total de empregos criados durante o primeiro semestre deste ano chegou a 95.215 novos postos de trabalho no Paraná. O número é o melhor já alcançado para o período desde 1992, e é 36,2% superior ao total de novas vagas abertas durante os seis primeiros meses do ano passado (69.907). Com o destaque na geração de empregos ficaram os municípios do interior do Estado, responsáveis por 76,25% do total dos empregos criados em 2007. O crescimento na geração de empregos no interior foi de 48,2% em 2007, comparado com 2006. Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), o crescimento na geração de empregos em 2007 ficou em 9,43%.
A análise foi feita e divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – Dieese, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do MTE, e apontou também que o número de trabalhadores contratados aumentou 5,12% nos últimos 12 meses – entre julho de 2006 e junho de 2007 -, crescimento acima do nacional, que ficou em 3,96%. Calcula-se que, em junho deste ano, 1.954.755 trabalhadores tinham a carteira de trabalho assinada. Só na Região Metropolitana de Curitiba, eram 772.783 trabalhadores.
“O processo de aceleração na criação de empregos no Paraná é resultado de vários fatores, que começam com a diminuição da taxa de juros e da inflação. Isso aliado à recuperação da agricultura que causa o aquecimento da Indústria de Transformação de alimentos e bebidas, e ao aumento real do salário mínimo repercute no aumento do poder aquisitivo, aumento do consumo e da geração de emprego”, analisa o economista do Dieese – PR, Sandro Silva.
Segundo o economista, essa aceleração no Paraná, causada pela baixa dos juros e da inflação é ainda maior do que a dos outros Estados, pela grande influência da agricultura. “O Paraná a agricultura é muito forte. Com a redução dos juros e da inflação, há um aumento nas exportações, e como este ano houve uma recuperação da agricultura com safras recordes, há um maior volume de exportações e isso gera empregos”, explica Sandro.
A análise do Dieese ainda reforçou a informação de que o Paraná teve o melhor desempenho entre os Estados que foram a região Sul do país. Criou 50,2% do total dos novos empregos ofertados no Estado durante o primeiro semestre deste ano. Santa Catarina responde por 24,5% do total (46.521), e Rio Grande do Sul por 25,3% (47.983). Comparado com outros Estados brasileiros, o Paraná está entre os três que mais geraram novas oportunidades de emprego.
Setores – O economista do Dieese, Sandro Silva, ainda destaca o fato de todos os sub-setores das atividades econômicas terem apresentado saldo positivo na geração de empregos durante o primeiro semestre deste ano. “Isso mostra que o crescimento da economia do Paraná não é restrito, ele alcança todos os setores e segmentos das atividades econômicas e repercute no crescimento da geração de empregos”, analisa.
A Indústria de Transformação foi o setor que criou o maior número de novas vagas durante o período (42.928), respondendo a 45% do total de empregos oferecidos no Estado. Foi também o setor que mais cresceu em relação ao número de empregos criados no ano passado (aumentou 76,28% a oferta de vagas). No mesmo período de 2006, a atividade econômica tinha aberto 24.352 novas vagas.
O Dieese apontou que o destaque no setor ficou com os segmentos de alimentos e bebidas (23.553), têxtil e vestuário (5.893) e indústria química (2.449). O setor de Serviços foi o segundo que mais gerou empregos, com um total de 21.573 novas vagas. destaque para serviços de hotéis e restaurantes (7.410), transportes e comunicações (3.593) e outros serviços (4.895).
O economista do Departamento reforçou o bom desempenho da agricultura, atividade que ficou em terceiro lugar na colocação entre os setores que mais empregaram no primeiro semestre de 2007. Foram 12.732 novas vagas. “Isso remete diretamente ao aumento no número de empregos criados no interior”, garantiu.
Na RMC, em seis meses foram criados 23.680 novos empregos, sendo 9.235 em serviços (39% do total), 6.267 na indústria de transformação (26,5%) e 4.544 no Comércio.