Novas empresas, mais emprego e desenvolvimento econômico. É a expectativa dos habitantes do município de Diamante do Sul, no Oeste do Paraná, com o avanço da pavimentação do acesso da cidade à BR-277, principal rodovia da região. O início das obras fez renascer o otimismo em quem já aguarda a conclusão do asfalto há mais de duas décadas.
As máquinas contratadas pelo Governo do Paraná trabalham há cerca de um mês nos 12,6 quilômetros que formam a via. A previsão é de que sejam investidos R$ 7,7 milhões nos 12 meses programados para a conclusão da pavimentação do trecho.
Última cidade da região com acesso ainda em estrada de terra, Diamante do Sul sofre com a falta de investimentos e interesse de instalação de empresas. A baixa oferta de emprego e de oportunidades faz com que jovens saiam da cidade para tentar a sorte em municípios vizinhos e até em Santa Catarina.
É o que conta o comerciante Antônio Tavares, dono de uma mercearia há 43 anos. “O povo sofre por causa dessa estrada. Não tem emprego para os jovens. Eles terminam o segundo grau e deixam a cidade. Queremos que o povo tenha condições de ficar, arrumar emprego, ganhar dinheiro e fazer girar a nossa economia”.
Segundo Tavares, a perspectiva da estrada pavimentada já motiva empresários a investir na cidade. “Um frigorífico que vai gerar cerca de 70 empregos já está em construção. Estão investindo com a promessa da rodovia pavimentada”, conta o comerciante que já chegou a pensar em vender a mercearia, mas aguarda por melhores tempos com a iminência do asfalto.
A preocupação de Tavares é a mesma da sua filha, Sirlei, que possui um supermercado no município. “Sem dúvida, o melhor benefício é o desenvolvimento. Nasci aqui e lembro de toda a luta pela pavimentação deste acesso. Acreditamos que mesmo nesses tempos de crise, as empresas se interessem em investir aqui”.
O asfalto vai acabar com outro incômodo de Sirlei. A necessidade de buscar as mercadorias para abastecer o seu estabelecimento na BR-277. “Nenhum representante ou fornecedor entra em Diamante do Sul com seus caminhões pelo risco de quebrar ou atolar em dias de chuva. Preciso buscar sempre na BR-277 e também enfrento os mesmos riscos e prejuízos”, conta.
TRANSPORTE – Os depoimentos dos motoristas de caminhão Antônio Lauthartti e José Antônio de Rossi confirmam a situação precária de quem precisa transportar mercadorias para Diamante do Sul.
Pela primeira vez no trecho, Lauthartti, 39 anos, afirma que só volta a carregar telhas para a cidade quando a rodovia estiver pavimentada. “Hoje, é bem complicado trabalhar. Com o asfalto, é mais rápido, economiza combustível e pneu, além de não arriscar o material”.
Para Rossi, a conclusão das obras vai movimentar a economia da cidade, refletindo no aumento do número de fretes que ele faz. “Hoje a gente vem quando precisa, reduz bastante a velocidade e torce para não chover”.
Diamante do Sul começa a ganhar acesso asfaltado e sair do isolamento
Previsão é de que sejam investidos R$ 7,7 milhões nos 12 meses programados para a conclusão da pavimentação do trecho de 12,6 quilômetros
Publicação
30/10/2008 - 15:00
30/10/2008 - 15:00
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