O Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR), em parceria com o Grupo de Estudos da APA (Área de Proteção Ambiental) do Irai, inicia nesta quinta-feira (08) uma série de blitze educativas para alertar os motoristas sobre os cuidados que devem ser tomados com veículos que transportam produtos perigosos.
Os bloqueios serão realizados todas as semanas, em sistema de rodízio, nas saídas das BRs 116 e 277 para Ponta Grossa, Paranaguá, Santa Catarina e São Paulo. Essas rodovias cortam uma região de mananciais e do lago Iraí, responsável pelo abastecimento de água de 40% dos moradores de Curitiba e região metropolitana.
O objetivo é conscientizar os caminhoneiros sobre os danos provocados ao meio ambiente, quando acontece um acidente, e informar aos motoristas em geral sobre como identificar um veículo de carga perigosa e o que fazer em caso de acidente.
Números - De acordo com o diretor-geral do Detran/PR, Marcelo Almeida, o grande número de acidentes envolvendo carga de produtos perigosos nas estradas paranaenses levou o Detran/PR a promover as blitze. Somente no primeiro semestre deste ano, foram registrados 28 acidentes, envolvendo veículos que transportavam cargas perigosas nas rodovias federais e estaduais que cruzam o Paraná. Em 2003, foram 62 ocorrências, conforme informado pela Defesa Civil. “Esses dados, por si só, já são alarmantes. Mas os danos que são causados ao meio ambiente, em decorrência desses acidentes, são ainda mais preocupantes”, avalia o diretor-geral do Detran/PR.
As estradas federais são as que registram o maior número de acidentes com cargas perigosas. Em primeiro lugar vem a BR-376 (143 acidentes em sete anos). Na seqüência, aparecem a BR-116 (87 acidentes) e a BR-277 (82). Entre as rodovias estaduais, as com mais acidentes nos últimos sete anos foram a PR-151 (21 ocorrências em sete anos) e a PR-323 (9 acidentes).
Segundo Maurício Hugolino Trevisan, responsável pelo setor de Transportes de Carga e Produtos Perigosos da Polícia Rodoviária Federal, a maior causa dos acidentes ainda é o excesso de velocidade dos motoristas. “Eles não se conscientizam que carregam uma carga perigosa”, explica. Ele cita um exemplo do que pode vir a acontecer em acidentes envolvendo cargas perigosas. Na Bahia, um trem que transportava gasolina e álcool combustível descarrilou. A população saqueava a carga em baldes quando uma faísca causou uma explosão e a morte de 100 pessoas.