Desemprego foi a tônica da primeira rodada de debates


A preocupação com a preservação e geração de empregos formais foi consenso entre os participantes da primeira mesa de debates no seminário “Crise — Rumos e Verdades”. O governador Roberto Requião destacou o tema como prioridade para os próximos anos
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08/12/2008 - 14:50
Editoria
A preocupação com a preservação e geração de empregos formais foi consenso entre os participantes da primeira mesa de debates no seminário internacional “Crise — Rumos e Verdades”, que acontece até a próxima quinta-feira (11), em Curitiba. O governador Roberto Requião destacou o tema como prioridade para os próximos anos. “O Paraná, este ano, gerou 160 mil empregos. Uma performance extraordinária. Mas a nossa previsão para novembro era de 12 mil empregos e a geração foi de quatro. Portanto, a crise do desemprego já chegou aqui. Isto não significa que a gente esteja pior que os outros anos. Nosso nível de emprego é maior que o ano passado, mas nós começamos a ver o declínio da geração de empregos”, afirmou o governador. Segundo Requião, as medidas já adotadas para garantir trabalho e renda são essenciais para manter os baixos níveis de desemprego e os bons resultados alcançados desde 2003. “Isto se deve às políticas nacionais e locais e de estímulo às pequenas e microempresas, que praticamente não pagam impostos, e a uma série de políticas sociais do Governo Federal e do Governo Estadual”. MANEIRAS DE ENRENTAR A CRISE: O economista russo Andrey Kobyakov defendeu que é preciso enfrentar a crise em duas vertentes: a que atinge o mercado financeiro, através de vantagens fiscais e ações de combate à especulação; e a que acontece na economia real e reflete no aumento do desemprego e na queda da produção. Esta, segundo ele, só pode ser solucionada através de ações direcionadas de investimento em infra-estrutura e baseadas nos valores morais da justiça e igualdade. A imprudência de banqueiros e políticos no trato com a crise foi lembrada pelo economista e jornalista mexicano Mario di Constanzo, que alertou que o processo de recuperação é mais longo, doloroso e prejudicial para os mais pobres. Segundo ele, é preciso que os governantes atuem com respeito e urgência. Constanzo sugere o fortalecimento do campo como forma de gerar emprego e a adoção de taxas de impostos que não prejudiquem as pequenas empresas. Ele indica o investimento em obras públicas, o congelamento momentâneo dos preços de determinados produtos, o financiamento de pequenas, médias empresas e comércio, com a contrapartida que não demitam, além de instituir pensão alimentícia para todos os maiores de 65 anos e dar bolsas de estudo para estudantes universitários. Já o economista e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Nildo Ouriques, vê na crise uma oportunidade que os “governos não podem desperdiçar”. Ele critica a posição da imprensa brasileira que, para ele, ainda não discute o endividamento das empresas, a precarização do trabalho e o conseqüente aumento do desemprego. O senador Aloísio Mercadante (PT-SP) também considera o momento como uma grande chance para o Brasil. Ele pediu que os governadores e prefeitos de todo o país tenham audácia no enfrentamento da crise que, segundo ele, é muito mais rápida do que a capacidade de ação dos governos. Entre as medidas citadas por ele no combate ao desemprego e à crise estão a ampliação dos investimentos no País, através do Plano de Aceleração de Crescimento (PAC); o avanço na política habitacional; o financiamento de programas municipais de saúde, saneamento, educação e transporte coletivo; a criação de incentivos fiscais em parceria com os Estados; a integração com os países do e o fortalecimento do BNDES, para que possa investir em estrutura logística e setores estratégicos.

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