O deputado Valdir Rossoni tem dois discursos diferentes em relação ao Porto de Paranaguá. No plenário e de frente para as câmeras de televisão ele cobra, colérico, a realização de obras do Canal da Galheta. Em seu gabinete, sem alarde, decide entrar com uma ação na justiça para suspender o processo de contratação da empresa para realizar a dragagem do Porto, alegando motivos ambientes. “Qual Rossoni, o do plenário ou o do gabinete, está mentindo?”, perguntam os deputados da base do governo. No plenário da Assembléia Legislativa, Rossoni disse na quarta-feira (02) que “hoje, a perspectiva de ocorrer um desastre muito sério no Porto de Paranaguá a qualquer momento (sic) é de 50%”, disse o oposicionista. Tal risco, segundo Rossoni, deve-se justamente à ausência da dragagem do Canal. Rossoni em nenhum momento tornou público que movia a ação para impedir a dragagem do Canal da Galheta. A ação negada pela justiça é contra a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Ibama e Capitania dos Portos do Paraná. A ação popular 2008.70.08.000239-1, assinada por ele, pede que a Justiça suspenda o processo de contratação de empresa para realizar a dragagem. Para justificar seu pedido, Rossoni ignora a legislação, ou, mais grave, tenta induzir o Poder Judiciário ao erro. O oposicionista questiona a autorização para a dragagem concedida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), dizendo que tal prerrogativa é do Ibama. O fato é que, em 29 de maio de 2006, o Ibama formalizou delegação ao IAP para a concessão de licença ambiental para dragagem. A ação de Rossoni é de 2008. O oposicionista alega ainda que a Capitania dos Portos do Paraná não poderia ter autorizado a realização da dragagem, já que não teria atendido às exigências ambientais impostas pelo Ibama para a execução do projeto. Novamente, os fatos desmentem Rossoni. O pedido de licença prévia para publicação do edital de licitação para dragagem foi entregue pela Appa à Capitania em novembro de 2007. Poucos dias depois, saiu a autorização da Capitania.