Deputado considera tímida proposta da ABCR sobre pedágios no Paraná


Líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli defende que a redução seja maior do que de 50%
Publicação
12/11/2007 - 18:17
Editoria
O líder do Governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), classificou como risível a proposta da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) de reduzir em 30% os preços das tarifas praticadas pelas seis concessionárias que exploram as rodovias pedagiadas no Paraná. “Temos um novo parâmetro depois que a empresa espanhola OHL venceu a licitação do pedágio nas rodovias que cruzam o litoral, oferecendo um deságio de até 62,7%”, disse Romanelli “As taxas da empresa espanhola serão até 80% mais baratas que as praticadas no Paraná há 10 anos. A taxa de retorno das concessionárias paranaenses é três vezes mais alta que as taxas do leilão realizado pelo governo federal. Não dá para falar em desconto de apenas 30%”, destaca o deputado do PMDB. O último leilão, segundo Romanelli, estabeleceu o percentual de 9% como taxa de retorno. “Quando falamos em retorno não é o lucro de fato, mas sim aquilo que é muito mais amplo que o lucro. As taxas atuais taxas de retorno das concessionárias estão entre 18% e 20%, três vezes mais que as taxas do que o leilão realizado pelo governo federal”. Romanelli defende que a redução seja maior do que de 50%. Os investimentos realizados pelas concessionárias no Paraná estão muito abaixo do lucro gerado. “Em valores atualizados, as concessionárias arrecadaram R$ 5,3 bilhões. São recursos que não voltam mais ao setor produtivo e que vem comprometendo setores importantes da economia”. “É necessário antecipar obras que estão há muito tempo para serem realizadas, duplicações importantes de rodovias que já poderiam estar sendo feitas. Temos que encontrar um caminho em que o grande beneficiário seja a sociedade paranaense”, aponta Romanelli. Romanelli acredita que agora é momento do diálogo, porém as concessionárias devem considerar as altas taxas de retorno. “Eu acho que as concessionárias também têm interesse na redução dos preços, mas estão em um momento em que têm que baixar a guarda e reconhecer o que está acontecendo, que o país mudou”. “Quando começar a cobrança do pedágio no litoral, daqui oito meses, será muito difícil explicar para a opinião pública como um veículo que vai de Curitiba a Florianópolis, percorre 310 quilômetros e paga R$ 5,10 e daqui até Caiobá, Praia de Leste ou até Paranaguá, terá que desembolsar R$ 10,50 para rodar 100 quilômetros”, compara Romanelli.

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