A Defesa Civil do Paraná fiscalizou, na manhã desta terça-feira (30), o transporte de produtos perigosos na BR-277, em Paranaguá. Dos 17 caminhões fiscalizados, quatro foram autuados e dois tiveram a documentação do veículo retida pela Polícia Federal.
Um dos veículos autuados apresentava problemas na simbologia do produto. Segundo capitão Wagner Lúcio dos Santos, responsável pelas operações no transporte rodoviário, o caminhão transportava álcool, mas possuía duas placas de identificação do produto – inflamável e corrosivo.
“Isso é irregular. Em um acidente, a placa de inflamável pode cair e mostrar a identificação de produto corrosivo. O procedimento adotado pelos órgãos de Defesa Civil será um, quando, na verdade, deveria ser outro. Isso coloca em risco a vida das pessoas e o meio ambiente”, explicou Wagner. Neste caso, a multa foi de R$ 123,00 para o dono do veículo e R$ 308,00 para o dono da carga.
O álcool é um dos produtos perigosos classificados pela Associação Brasileira de Indústrias Químicas. São aproximadamente 3,5 mil produtos, como gasolina, diesel, substâncias corrosivas, explosivas e oxidantes. Para fazer o atendimento, a Defesa Civil tem mais de 70 procedimentos diferentes.
Já nas outras três autuações, o problema estava na falta de documentação específica para o transporte de produtos perigosos, como a ficha de emergência, que apresenta as características do produto, indicando também sua periculosidade. “Também a partir desta ficha avaliamos os procedimentos que devem ser adotados e a necessidade do uso de determinados equipamentos de proteção, como luvas e máscaras”, disse Wagner.
A fiscalização da Defesa Civil é promovida mensalmente em todo o Paraná, e organizadas por oito regionais. “Elas são importantes porque obrigam os veículos a estarem aptos para o transporte de produtos perigosos, que, em acidentes, podem atingir pessoas e o meio ambiente”, avaliou Wagner.
Diversos órgãos participaram da ação: Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Companhia de Polícia Portuária (da Polícia Militar), Departamento Municipal de Transportes, Polícia Rodoviária Federal, Ecovia (que tem a concessão do trecho) e Crea.
BOX – Treinamento é essencial para segurança
Para evitar acidentes com substâncias perigosas, a Defesa Civil alerta sobre a correta armazenagem, manuseio e, principalmente, transporte rodoviário das substâncias. Os motoristas precisam ter o curso de Movimentação de Produtos Perigosos, oferecido pelo Sest/Senat, que capacita o condutor para o transporte e dá informações sobre as normas de segurança e a sinalização obrigatória.
No caso dos empresários, é imprescindível que, além dos programas de treinamento e capacitação, usem uma jornada de trabalho que não submeta o motorista a muitas horas de direção, implicando perda da qualidade do transporte. A Defesa Civil recomenda também planos de contingência, que são projetos para o enfrentamento de situações emergenciais.
CONSELHO – O trabalho preventivo a acidentes com produtos perigosos é coordenado pelo Conselho Estadual de Produtos Perigosos, da Defesa Civil, que conta com a colaboração de mais de 30 órgãos e é dividido em oito regionais, que cobrem os 399 municípios paranaenses. O Conselho dispõe de um Plano Estadual de Produtos Perigosos, que reúne informações para facilitar as atividades de prevenção e de atendimento aos acidentes.
O Plano estabelece procedimentos que proporcionam o atendimento integrado às ocorrências, complementando os serviços oferecidos por um ou outro órgão e resultando na diminuição dos danos causados pelos acidentes. Entre as ações estão o gerenciamento de trânsito nas imediações, socorro às vítimas, estabilização do impacto ambiental, interrupção do fornecimento de água e evacuação da área.
Defesa Civil fiscaliza transporte de produtos perigosos em Paranaguá
Dos 17 caminhões fiscalizados, quatro foram autuados e dois tiveram a documentação do veículo retida pela Polícia Federal
Publicação
30/06/2009 - 16:00
30/06/2009 - 16:00
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