Defesa Civil entrega alimentos a comunidades indígenas do Litoral

Operação entregou 30 cestas básicas em aldeias na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, no Sambaqui Guaraguaçu, em Pontal do Paraná, e no território indígena Kuaray Guata-porã, em Guaraqueçaba
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03/07/2009 - 17:36
Editoria
A Defesa Civil encerrou nesta sexta-feira (3) a entrega de alimentos a comunidades indígenas do Litoral do Paraná. A operação de atendimento, que começou na quarta-feira (1), entregou 30 cestas básicas em aldeias na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, no Sambaqui Guaraguaçu, em Pontal do Paraná, e no território indígena Kuaray Guata-porã, em Guaraqueçaba. Nesta sexta-feira, após uma viagem de barco de aproximadamente uma hora, pela Baía de Paranaguá, a equipe da Defesa Civil chegou ao Rio Cerco Grande, em Guaraqueçaba. Dois quilômetros rio acima, fica o território indígena Kuaray Guata-porã — Caminho do Sol, em Guarani —, onde vivem 30 pessoas. “A localização é um dos fatores que dificulta o atendimento destas comunidades”, explicou o capitão do Corpo de Bombeiros Jonas Emmanoel Pinto, coordenador-adjunto da 8.ª Coordenadoria Regional de Defesa Civil. Na segunda-feira (6), começam as entregas de cestas básicas nas comunidades quilombolas da região. Encravadas no Morro do Bronze, as casas de taipa — entrelaçados de bambu cobertos com barro — se misturam às plantações de mandioca, batata-doce e banana. “Sobrevivemos da venda de artesanato e do que conseguimos plantar”, contou Valdeneis da Silva, 25 anos, há três cacique da aldeia. “Quando chega a época das chuvas, a vida fica mais difícil. Às vezes não dá para ir à cidade, pois ficamos isolados. Aí, o jeito é entrar no mato para catar alguma coisa ou caçar alguns passarinhos”, explicou. Segundo ele, a caça e a pesca há muito tempo deixaram de ser fartas na região. “Andamos mais ou menos duas horas mato adentro para começar a achar os animais. Mas ainda se encontram alguns bugios, quatis e não é de se duvidar que ainda tenha alguma onça”, relatou o cacique. O filho pequeno, que Valdeneis carrega nos braços, ainda não tem nome em guarani. “Ele só recebe o nome indígena quando tiver mais de um ano e meio de idade, quando o pajé faz uma reza e diz como a criança irá se chamar”, contou. Adilsom Benites, 16 anos, trabalha com a esposa Lindamir no artesanato. Mas o dinheiro é pouco. As peças mais caras, mais trabalhosas, vendem-se por R$ 15. Assim, a chegada das cestas básicas é motivo de alívio. “Foi muito bom chegar essa comida para a gente, que já estávamos ficando sem”, contou. À noite, na casa de rezas, a aldeia toda se reúne para cantar, dançar e agradecer pelo dia vivido. Nesta sexta, a chegada das cestas básicas também será lembrada, disse o chefe regional da Funai em Paranaguá, Marcos Pedro. “Nossa vinda é um motivo de alegria para eles”, disse. Também participaram da expedição as enfermeiras Andréia Soares Silva e Silvana Rocha, funcionárias da Fundação Nacional da Saúde (Funasa).

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