Defesa Civil entrega 1,5 tonelada de feijão a quilombolas

O objetivo do governo com a doação de alimentos é o de reduzir os problemas de desnutrição que essas comunidades têm enfrentado, devido principalmente à estiagem.
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30/05/2009 - 16:01
Editoria
A Defesa Civil entregou nesta sexta-feira (29) 1,5 tonelada de feijão para seis comunidades quilombolas da região da Lapa, beneficiando 186 famílias. O objetivo do governo com a doação de alimentos é o de reduzir os problemas de desnutrição que essas comunidades têm enfrentado, devido principalmente à estiagem. “Trabalhamos como bóias-frias e já estávamos sem trabalho por causa dessa seca. Esse feijão veio em ótima hora”, conta Mary do Rocio, líder da comunidade de Vila Esperança, após receber 100 quilos de feijão entregues pela Defesa Civil. A líder comunitária explica que as famílias do vilarejo plantam apenas para subsistência e vivem do dinheiro do trabalho na lavoura e com o auxílio do programa Bolsa Escola, do Governo Federal. “A gente planta repolho, mandioca mas a seca levou tudo. Nem a cebolinha agüentou a falta de água. Se não fosse o dinheiro do Bolsa Escola nossa situação seria ainda pior”. Já o líder da comunidade do Rincão, Juarez Pedroso, 84 anos, disse que parte dos 650 quilos de feijão entregue pela Defesa Civil será guardado e plantado em novembro. “Nós temos uma área que plantamos o feijão. Esse ano ele deu prejuízo mas no próximo ano o tempo vai colaborar. Vamos consumir parte desse feijão e o resto plantar”. Com 13 filhos, 43 netos e 23 bisnetos, Juarez conta que toda família vive na comunidade do Feixo e, os que não trabalham fora, ajudam na colheita do feijão. Leonel é o filho mais velho e revela que teve que optar em trabalhar como empregado em uma fazenda próxima a comunidade para garantir o sustento dos três filhos. “Eu trabalho como empregado mas nas horas vagas cuido da plantação de feijão. Esse ano investimos cerca de R$ 5 mil na plantação mas já tivemos um prejuízo de R$ 1.600. Sem essa ajuda do governo ia faltar dinheiro para comprar comida”. DISTRIBUIÇÃO - O Grupo de Trabalho Clóvis Moura, vinculado à Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, é o responsável pelo estudo que aponta as comunidades quilombolas que estão passando por maiores dificuldades. O professor Jorge Ferreira de Souza, que acompanha a entrega de alimentos, explica que algumas comunidades ainda não contam com energia elétrica e água encanada e que essas tiveram prioridade. A mais carente e primeira a receber a doação foi a comunidade de Palmital dos Pretos, em Campo Largo. Em seguida foram beneficiadas as comunidades das regiões de Adrianópolis, Doutor Ulisses e Varzeão. “Nem todos os vilarejos tem água, luz e área para plantar e por isso receberam antes os donativos. Mas todos tem em comum o fato de estarem necessitados”, diz o professor. Além de Rincão e Vila Esperança, receberam o feijão as comunidades de Restinga, Maria Antonia, Campina e Pavão. “Nas próximas semanas vamos realizar mais entregas de alimentos em outras comunidades que estejam precisando do nosso auxilio”, afirmou o subtenente Izaquiel, da Defesa Civil, encarregado da distribuição dos donativos.

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