Defesa Civil atende população atingida pelo temporal na região Oeste

Ventos de 100 quilômetros por hora destelharam 650 casas e lojas em Cascavel, além de causarem destruição em outros 12 municípios
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15/10/2009 - 15:20
Editoria
Chuva, queda de granizo e ventos de 100 quilômetros por hora na noite da quarta-feira (14) na região Oeste do Estado deixaram 650 casas e estabelecimentos comerciais destelhados e derrubaram pelo menos 120 árvores em Cascavel, além de causarem destruição em outros 12 municípios. As informações são da Defesa Civil do Paraná. Cerca de 200 agentes estão envolvidos no atendimento à população desde o início do temporal. “O chefe da Casa Militar, que também é chefe da Defesa Civil, e o comandante dos Bombeiros voaram cedo para a região. O Estado, junto com as prefeituras, vai fazer tudo o que é possível para remediar essa situação”, afirmou o governador Roberto Requião. Requião destacou que todas as cidades atingidas estão sendo monitoradas. Ele fez uma advertência: “Nós estamos com problemas sérios de clima, estes desastres estão ocorrendo pela depredação da natureza e ainda tem gente querendo derrubar a mata ciliar e acabar com o resto do Paraná, do Brasil e do mundo. É preciso que a consciência ecológica seja definitivamente despertada”. O Governo do Paraná reforçou o atendimento com o envio de um grupo de operações táticas e de equipamentos para a região, segundo o coordenador da Defesa Civil, coronel Washington Alves da Rosa. De Londrina, 30 bombeiros foram deslocados. De Curitiba, foram duas equipes do Grupo Especial de Busca e Salvamento para atuar em possíveis resgates de pessoas. Também foi disponibilizado um helicóptero da Força Alfa para o transporte de vítimas, além de oito viaturas. “Vamos permanecer na região fazendo todo o esforço para que a população seja atendida pelo tempo necessário e também para avaliar as necessidades de cada município”, afirmou Washington. O trabalho da Defesa Civil envolve 50 viaturas e 200 agentes, incluindo Polícia Militar e Força Alfa, Corpo de Bombeiros, Exército, DER, Copel, Sanepar, órgãos municipais, voluntários e outras instituições. “Foi uma ação muito rápida de todas essas pessoas que permitiu dar uma resposta rápida a este evento”, destacou Washington. O coronel afirmou, após avaliar laudo dos Bombeiros, que, “apesar da situação alarmante no momento das chuvas, houve danos, em sua maioria, materiais e pontuais, e a situação está entrando na normalidade”. “A interferência da Defesa Civil foi suficiente para este resultado. Por isso, não é necessário decretar estado de emergência”, afirmou. AÇÕES – Desde 20h30 da quarta-feira (14), meia hora após o início das chuvas e vendavais, a Defesa Civil distribui lonas plásticas aos moradores que tiveram suas casas destelhadas. Até a tarde desta quinta-feira (15), 30 mil metros quadrados já foram distribuídos na sede do 4º Batalhão de Bombeiros, em Cascavel. A Defesa Civil está retirando das ruas árvores que obstruíam o trânsito. Máquinas do DER e da prefeitura de Cascavel, como tratores e retroescavadeiras, estão sendo utilizadas. “Disponibilizamos duas áreas em frente à prefeitura para que as pessoas possam colocar entulhos, galhos e pedaços de árvores, que serão depois direcionados. Também estamos percorrendo toda a cidade para recolher este material”, disse o prefeito Edgar Bueno. CUIDADOS – O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Paraná, coronel Jorge Luiz Thais Martins, ressaltou que as pessoas que tiveram as residências destelhadas devem procurar se alojar em casas de parentes ou amigos. Como a iluminação pública e a rede elétrica foram comprometidas pela queda de postes e fiação (situação que está sendo regularizada pela Copel), a Defesa Civil também pede cuidado aos motoristas, já que vários semáforos não estão funcionando. “Alertamos também às pessoas para não se aproximarem dos postes de iluminação caídos nas ruas pelo perigo do contato com a fiação”, disse o 1º tenente da Coordenadoria Regional da Defesa Civil, Amarildo Ribeiro. CIDADES – Em Cascavel, a cidade mais atingida, 650 residências foram destelhadas e quatro pessoas tiveram ferimentos leves. A Defesa Civil estima que quatro pessoas ficaram levemente feridas e há 100 desalojadas. Durante o temporal, mais da metade da cidade ficou sem energia elétrica. Uma das pessoas que sofreu com o vendaval foi Antonio Christian Alves, 34 anos, que teve o carro atingido pela queda do telhado de um posto de gasolina. “Meu funcionário foi abastecer o carro da empresa e desceu do veículo para efetuar o pagamento na loja de conveniência. Minutos depois começou o temporal e os ventos; o teto do posto desabou sobre o carro”, contou. Os municípios vizinhos a Cascavel foram afetados. A cidade de Iguatu registra 200 casas destelhadas e dez pessoas feridas por estilhaços de telhas, que foram encaminhadas para atendimento em Corbélia. Em Santa Helena, 50 residências foram atingidas, uma pessoa morreu e outra ficou ferida. Em Três Barras do Paraná, 200 residências foram atingidas na área rural, deixando 400 pessoas desalojadas e 80 desabrigadas. Cantagalo registra 40 casas afetadas; Matelândia, 350; e Medianeira, 30. Em Diamante do Oeste, cerca de 50 residências, nas áreas urbana e rural, foram afetadas. A queda de granizo e o vendaval também destelharam 84 casas em Palotina e 30 em Ampere. A Defesa Civil recebeu pelo 190 denúncias de vandalismos durante a noite da quarta-feira (14), em Cascavel. “Algumas lojas foram destelhadas, tiveram suas portas destruídas e janelas quebradas devido à ventania. Algumas pessoas se aproveitaram da situação para pegar os produtos. A Força Alfa interviu e este ato foi inibido”, esclareceu o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Rodrigo Larson Carstens.

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