Para a Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar), a construção de novos ramais ferroviários deve ser uma prioridade logística para o Paraná, a região Sul, o Centro-Oeste brasileiro e o Paraguai. As associações comerciais que integram a Caciopar decidiram aprovar recentemente, em Cascavel, todas as “moções de apoio 2009” favoráveis aos projetos de expansão da Ferroeste apresentadas em reunião plenária pelas representações de Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu e Palotina.
O presidente reeleito da Caciopar, Guido Bresolin Jr., considera a ampliação da ferrovia “de fundamental importância não só para a região Oeste do Paraná, como para o Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraguai”. Essas são regiões, ele observa, produtoras e exportadoras de commodities que “estão longe do Porto de Paranaguá” e precisam reduzir custos e ganhar competitividade internacional com a redução de custos de transporte. Bresolin enfatiza ainda que “é preciso achar uma solução para o gargalo ferroviário existente depois de Guarapuava”.
O empenho das lideranças econômicas do Oeste paranaense coincide com a vontade do governador Roberto Requião, manifestada ao presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, no dia 2, em audiência no Palácio das Araucárias. Para o governador, a nova ligação ferroviária entre Guarapuava e o Porto de Paranaguá, pela Ferroeste, é prioritária para viabilizar o escoamento da produção do Mato Grosso do Sul, Paraguai e Santa Catarina quando os novos ramais de Maracaju (MS), Foz do Iguaçu e Chapecó estiverem prontos. Requião pediu mais agilidade nos projetos de expansão da ferrovia ao presidente da Ferroeste.
Apoio empresarial
“Essa ferrovia, com suas extensões”, segundo a moção apresentada pela Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (ACIFI), por intermédio do presidente Rodiney Alamini, à plenária da Caciopar, “é vital para aproximar a produção do Centro-Oeste brasileiro, do Paraguai e até da Argentina do Porto de Paranaguá”. Alamini lembra que “há anos, as forças organizadas da região Oeste do Paraná lutam para convencer os governos estadual e federal da necessidade de implantar ramais que liguem a Ferroeste a Foz do Iguaçu e a Guaíra”.
O presidente da Ferroeste, convidado a expor os planos da empresa aos presidentes de associações comerciais da Caciopar, em Cascavel, explicou aos empresários e lideranças da região que o novo ramal da Ferroeste que ligará Guarapuava a Paranaguá, cuja construção foi decidida pelo governador Requião, vai reduzir em 125 quilômetros a distância ferroviária entre Cascavel e o Porto de Paranaguá e diminuir o ciclo de transporte dos trens de oito para menos de dois dias.
Moções à ferrovia
A Associação Comercial e Industrial de Cascavel (ACIC), em sua moção, justifica a necessidade da construção dos novos ramais como forma de “baixar o custo do transporte no Oeste do Paraná”. O presidente da ACIC, que assina o documento, lembra a necessidade de “tornar a Ferroeste viável para transporte de grãos e carnes produzidos no Oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul e Paraguai”.
Maria Madalena Rech, da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Assis Chateaubriand (ACIAC), firmou moção solicitando a “extensão da Ferroeste até Assis Chateaubriand”, segundo ela, “o maior produtor de grãos entre os 50 municípios participantes da AMOP – Associação dos Municípios do Oeste do Paraná”.
Já a Associação Comercial e Empresarial de Palotina (ACIPA), através do presidente Ronaldo Ioris, lembrou em sua moção de apoio que a “construção do ramal ferroviário (Cascavel-Guaíra) favorece uma grande região produtiva”, reduzindo o tráfego de caminhões que contribui para “a deterioração das estradas além de estragar e encarecer o transporte da produção”. Todas as moções de apoio à Ferroeste apresentadas à plenária da Caciopar foram aprovadas e serão encaminhadas a órgãos estaduais e federais do setor e a lideranças do Executivo e do Legislativo nos três níveis da administração pública.
A Caciopar completou 33 anos de atividades no dia 3 de abril. A coordenadoria reúne 45 associações comerciais, industriais e empresariais de municípios da região Oeste com o objetivo de fortalecer o desenvolvimento econômico-social das comunidades que representam.