Data: 21/08/2007 - “Leilão da Vale do Rio Doce: uma tragédia que marcou o Brasil” - Artigo assinado pelo deputado Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa

Artigo assinado pelo deputado Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa
Publicação
21/08/2007 - 16:56
Editoria
Quando o governo do neoliberalismo econômico do PSDB e do senhor Fernando Henrique Cardoso privatizou a Companhia Vale do Rio Doce, não tinha a menor idéia da tragédia que isto representaria na história da nação brasileira. Hoje, passados 10 anos daquela manobra sorrateira, em que a empresa foi doada ao capital especulativo, os brasileiros terão oportunidade de dizer que não concordaram com a venda e votar pela sua reestatização no plebiscito da semana da pátria, de 1º a 7 de setembro. A Companhia Vale do Rio Doce foi criada pelo governo federal em 1º de junho de 1942, para garantir ao Brasil uma participação no promissor mercado de minério internacional. No decorrer dos anos, a companhia cresceu ao ponto de tornar o país referência internacional. Isto, porém não foi suficiente para convencer os privatistas que a venda iria dilapidar o patrimônio público brasileiro. Mas isto não é tudo, a tragédia da licitação para a economia brasileira está muito longe de ser totalizada. Para se ter uma idéia do tamanho da sangria dos cofres públicos, só no primeiro semestre deste ano a Vale teve um lucro líquido de US$ 2,2 bilhões (mais de R$ 4,4 bilhões). Este valor representa simplesmente o dobro do faturamento no mesmo período de 2006, acima de US$ 1,1 bilhão (R$ 2,2 bilhões). Não custa lembrar que na entrega da Vale do Rio Doce o governo federal recebeu pouco mais de US$ 3,3 bilhões. Este valor, o consórcio vencedor tirou em menos de um ano de atividade, uma vez que havia grande soma de dinheiro em produtos que estavam armazenados e prontos para serem comercializados. Estas somas fabulosas mostram o quão infeliz para a população foi o governo neoliberal de FHC e a necessidade de todos aderirem à campanha “A Vale é Nossa” e dizer sim para a reestatização da empresa na semana da pátria. Atualmente existem mais de 100 ações populares pedindo a anulação deste verdadeiro roubo da nação brasileira. Agora, não é preciso ir longe para ver os efeitos nefastos do que foi neoliberalismo econômico. A política das privatizações também provocou grandes prejuízos ao povo do Paraná. Quem não lembra da venda do Banestado e seus malefícios que perduram até hoje? Por muito pouco o desgoverno do senhor Jaime Lerner não deu a Copel e a Sanepar para o capital estrangeiro. Porém a nossa Ferroeste não teve a mesma sorte e foi vendida pelo ex-governador por uma ninharia. Este crime felizmente foi desfeito pela justiça no final do ano passado e a companhia ferroviária voltou a ser pública. * Waldyr Pugliesi está em seu nono mandato eleito pelo MDB e PMDB e atualmente é o líder do partido na Assembléia Legislativa do Paraná