Dez Milhões? Um Milhão? Quantas espécies existem no planeta? Ninguém sabe. Ou seja: nem isso sabemos. Sabemos pouco ou quase nada sobre a Natureza. Mesmo assim, jogamos pesado contra ela. Muitas espécies ainda não conhecemos. Outras que já se extinguiram, jamais serão conhecidas. Mas cada espécie é única. Cada uma delas, uma verdadeira obra de arte. Cada uma com um papel e todas juntas (o que chamamos diversidade biológica ou biodiversidade) mantém o equilíbrio ambiental de um lugar. Assim, quanto mais biodiverso, mais equilibrado é um ecossistema. E, quanto mais equilibrado, mais produtivo ele é. Até por isso, defender a biodiversidade é sinal de inteligência. O contrário, é burrice plena. O Brasil e mais 174 países são signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica. A Conferência Mundial sobre Biodiversidade (chamada COP8) ocorre no Paraná durante este mês de março. Neste momento em que nosso estado é agraciado com esta escolha é fundamental que possamos refletir o que cada um de nós tem feito para incentivar a biodiversidade. O combate ao uso de agrotóxicos; o desestímulo ao plantio de transgênicos, a reposição de matas ciliares; o plantio direto e todas as técnicas de manejo integrado de solo; o saneamento ambiental; a construção dos corredores de biodiversidade; a implantação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) e Unidades de Conservação são algumas das muitas contribuições que o Estado e a sociedade podem dar a biodiversidade. O governo do Paraná adota ações que trabalham nesta direção. Apropriar-se deste trabalho e garantir para sempre a sua continuidade é tarefa de uma sociedade inteligente. Afinal, a espécie humana é a parte pensante da natureza. Ou não é?. Luiz Eduardo Cheida é secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, membro titular do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e membro titular do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)