O Brasil e, particularmente, o Paraná, viveram anos nebulosos no passado recente. Fomos assolados pela onda mundial do neoliberalismo que, em nome da eficiência, da competitividade e do “desenvolvimento” a qualquer preço, nos jogaram numa situação quase sem saída.
Assistimos ao sucateamento da indústria, à entrega das empresas estatais, à deterioração dos serviços públicos, sem que esse esforço dos antigos governantes redundasse em nada mais do que a iminência de uma crise de grandes proporções.
Chegamos ao final de 2002 com uma inflação projetada para mais de 40% ao ano, com o desemprego em alta, com servidores sem reajuste salarial durante anos. Nós estávamos à beira de um colapso.
É sempre útil, mesmo que não seja agradável, relembrar aqueles momentos. É sempre proveitoso compreender que, mais do que discutir pequenos erros, pequenos problemas, episódios isolados, o que está realmente em debate são duas orientações opostas, inconciliáveis.
O bom e grande debate se faz quando afirmamos, em alto e bom som, com clareza meridiana: nós viemos para mudar, para trazer esperança à nossa população, para corrigir a rota. Isso me faz ter muito orgulho de minha condição de líder do governo Requião na Assembléia Legislativa. Orgulho e a satisfação de estar envolvido diretamente numa luta de fôlego em favor dos trabalhadores, da inclusão social, da democracia, da dignidade e de um desenvolvimento real.
O que acontece? Por iniciativa do governador Roberto Requião, a Assembléia Legislativa poderá aprovar para o Paraná o maior salário-mínimo do Brasil, a valer a partir de 1º de maio. A proposta estipula para o salário-mínimo o valor de R$ 547,80. O piso regional é 32% maior que o salário-mínimo nacional decretado e implementado pelo governo Lula (R$ 415,00). Isso representará uma injeção anual de R$ 1 bilhão na economia paranaense.
Porém, o mais importante é entender o que esse reajuste e suas conseqüências significam em termos de opção por um determinado caminho para o desenvolvimento. Cerca de 400 mil trabalhadores, mais suas famílias, serão beneficiados direta ou indiretamente por esse aumento nas suas rendas.
Isso implica, além das implicações no conjunto da economia, em maior acesso à educação, à saúde, à cultura, ao lazer, a todas as comodidades e direitos que uma sociedade moderna pode e deve oferecer. O nome disso, com todas as letras, é distribuição de renda, inclusão social, cidadania.
Eu me lembro, não sem certa tristeza, das reações da Federação das Indústrias do Paraná e da Federação da Agricultura do Paraná quando implantamos em 2006 o salário-mínimo estadual, superior ao nacional. Foram unânimes em prever o aumento da inflação, do desemprego e da informalidade. É compreensível. Não é uma tarefa fácil enfrentar a lógica tecnocrata do corte dos salários, da liquidação dos direitos, da “racionalização” dos custos.
Contudo, o que se viu foi exatamente o contrário. Cresceu a geração de empregos, diminuiu a inflação, aumentou o número de trabalhadores com carteira assinada e caiu o índice de desigualdade social. O que mostra que a lógica torta que predominava entre os governantes anteriores era simplesmente isso: torta.
O reajuste do salário-mínimo regional, apoiado pelas centrais sindicais, vem se somar a programas como o Leite das Crianças, o Luz Fraterna, a Tarifa Social, a diminuição dos impostos para as micro e pequenas empresas e tantos outros que o atual governo tornou realidade. É isso que importa: lembrar sempre que é muito maior do que alguns anos a distância que nos separa do governo anterior.
Luiz Cláudio Romanelli é deputado estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa do Paraná.
Data: 11/03/2008 - O maior salário-mínimo do Brasil é do Paraná - Artigo assinado por Luiz Cláudio Romanelli, deputado estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa do Paraná
Artigo assinado por Luiz Cláudio Romanelli , deputado estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia Legislativa do Paraná
Publicação
11/03/2008 - 16:21
11/03/2008 - 16:21
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