Em nossa casa, é comum a gente ter dúvida, ou mesmo dificuldade, em saber o que deve ser guardado ou não diante da papelada que vai se acumulando – recibos de contas, atestados, avisos, certidões, extratos. Amplie esse universo para a administração pública. Imagine a quantidade de documentos que diariamente são produzidos em toda a estrutura administrativa do Governo do Paraná: das sedes das secretarias e autarquias na capital até as mais remotas representações regionais ou locais.
Pois bem, é justamente cuidar de organizar toda essa praticamente incalculável quantidade de documentos a principal função do Arquivo Público do Paraná, uma das instituições mais antigas da administração do Estado. O Arquivo Público completa nesta terça-feira, 7 de abril, 154 anos de fundação (ele foi criado menos de dois anos depois de o Paraná obter sua emancipação política).
Pela longevidade da instituição e, mais que isso, pela importância dela para a administração estadual é que a data merece ser sempre comemorada. O nosso Arquivo tem a gestão documental do poder público como tarefa essencial, mas responde por uma outra missão igualmente primordial: a de zelar pela memória, pela história não só da administração pública, como da sociedade paranaense de um modo geral.
Porque quando o Arquivo Público, em conjunto com os demais órgãos do Estado, define procedimentos e práticas para a análise, seleção, descarte ou guarda de documentos, ele não tem como preocupação apenas manter toda essa papelada preservada e organizada fisicamente. A preservação e a organização devem levar em conta o conteúdo, os dados, as informações que cada um dos documentos carrega.
Em cada papel estão números, despachos, “autorizos” ou indeferimentos. Por trás desses números, desses despachos estão histórias de pessoas, ou de fatos, de acontecimentos, em contextos sociais, econômicos, políticos próprios. Os papéis de hoje vão refletir, daqui a algumas décadas, como a sociedade atual se comporta, o que pensa, o que prioriza, o que planeja.
O que, então, jogar fora? E o que for guardado, por quanto tempo? A vida toda, ou só por um período?
Logicamente há procedimentos padronizados, regulamentados. Está aí a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (Nobrade) - a mais recente em vigor desde 2005 e que tem no Arquivo do Paraná um dos pioneiros a adotá-la – para nortear esse trabalho. No entanto, neste momento de aniversário da instituição, é imprescindível reconhecer, valorizar e agradecer a atuação do seu corpo de funcionários e da Associação dos Amigos do Arquivo Público, uma parceira, uma irmã.
Afinal, o comprometimento dos funcionários e amigos com suas atividades, o zelo e a responsabilidade com que lidam com cada um dos documentos que caem em suas mãos é que também fazem do nosso Arquivo paranaense uma referência nacional.
Maria Marta Renner Weber Lunardon é Secretária de Estado da Administração e da Previdência
Data: 07/04/09 - “Arquivo Público: há 154 anos preservando e contando a história do Paraná” - Artigo assinado pela secretária estadual da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon
Artigo assinado pela secretária estadual da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon
Publicação
07/04/2009 - 12:40
07/04/2009 - 12:40
Editoria