Custo da máquina pública do Paraná é o menor entre Estados do Sul, diz Ipea

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta ainda que o Paraná está 11º entre os Estados que mais gastam
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08/01/2009 - 18:10
Editoria
Desde 2003, a atual gestão do Governo do Paraná investe na retomada do papel do Estado no planejamento e prestação de serviços ao cidadão. Isso significou gastos com a contratação de funcionários e reajustes de seus salários, na construção e aparelhamento de escolas, hospitais, penitenciárias e diversas outras instalações públicas. Essas despesas, no entanto, não significaram inchaço da máquina ou estouro de gastos. A máquina administrativa do Paraná é, na Região Sul, a que menos custa para ser mantida pela população, proporcionalmente ao número de habitantes, segundo estudo divulgado nesta semana pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), fundação vinculada à Presidência da República. VALORES - De acordo com o Ipea, a máquina pública do Estado do Paraná custa, a cada paranaense, R$ 1.320 por ano. Além de inferior aos valores de Santa Catarina (R$ 1.527/ano) e do Rio Grande do Sul (R$ 1.621/ano), os gastos públicos do Paraná colocam o Estado entre os 11 menos onerosos aos seus habitantes. A secretária da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon, e o secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Ênio Verri, lembram que o estudo do Ipea se baseia em dados de 2005, justamente um período em que o Paraná mais necessitou aportar recursos na reestruturação da máquina pública. Foi uma época de contratação de servidores para substituir terceirizações e ampliar quadros (sobretudo na educação, segurança e sistema penitenciário) e recuperação dos salários do funcionalismo, defasados havia quase oito anos. Ou seja, mesmo com essa necessidade de aumento das despesas, elas foram feitas de forma racional e responsável, sublinham os secretários. EFICIÊNCIA - Maria Marta e Ênio Verri enfatizam também a necessidade de, ao avaliar gastos públicos, se fazer não só uma relação aritmética – valores de despesas divididos por número de habitantes -, mas principalmente um comparativo entre as cifras e a qualidade dos serviços prestados e a eficiência da gestão pública. “O Paraná se mostra super-eficiente: é o Estado com maior índice de investimento em educação; promoveu aumento real de salários aos trabalhadores do serviço público superior ao das demais unidades da federação; investe no desenvolvimento econômico e social, e os números do Ipea mostram que o Estado está entre os que menos representam gasto para a população”, observa Verri BOX-1: Estudo do Ipea desmonta a “falácia” do “choque de gestão” O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que levanta o custo da máquina pública dos Estados por habitante apresenta dados que desmontam o a “falácia” do “choque de gestão”. O secretário do Planejamento e Coordenação Geral, Ênio Verri, e a secretária da Administração e da Previdência, Maria Marta Lunardon, salientam que as despesas por habitante do Paraná são, por exemplo, praticamente as mesmas de Minas Gerais, e inferiores às de São Paulo, unidades da federação exaltadas pela mídia e por alguns especialistas como “modelos”. A máquina pública mineira, mesmo reduzida pelo dito “choque de gestão”, custa à população local R$ 1.315/ano, só R$ 5 a menos que os valores do Paraná (R$ 1.320/ano). São Paulo, outra unidade da federação que tem a diminuição do tamanho do Estado como marca nos últimos anos, registra despesa por habitante mais elevada ainda. A administração pública paulista custa R$ 1.878/ano, a nona maior relação do país. “Fala-se tanto no ‘choque de gestão’ como modelo, mas os dados do Ipea mostram que o Paraná é um Estado que cumpre o seu papel, atua para melhorar a vida das pessoas, só que sem fazer marketing e propaganda de sua eficiência”, assinala Verri. BOX-2 Estados cujos governos têm o menor custo por habitante Na Região Sul 1º Paraná: R$ 1.300 /ano, por habitante. 2º Santa Catarina: R$ 1.527 /ano, por habitante. 3º Rio Grande do Sul: R$ 1.621 /ano, por habitante. Em todo o Brasil 1º Maranhão..........................R$ 619 /ano, por habitante. 2° Pará..................................R$ 817 /ano, por habitante. 3º Piauí..................................R$ 861 /ano, por habitante. 4º Ceara ...............................R$ 925 /ano, por habitante. 5º Paraíba ............................R$ 1.009 /ano, por habitante. 6º Alagoas ............................R$ 1.035 /ano, por habitante. 7º Bahia ................................R$ 1.039 /ano, por habitante. 8º Pernambuco .....................R$ 1.109 /ano, por habitante. 9º Rio Grande do Norte ........R$ 1.267 /ano, por habitante. 10º Minas Gerais ....................R$ 1.315 /ano, por habitante. 11º PARANÁ ...........................R$ 1.320 /ano, por habitante. 12º Goiás ...............................R$ 1.379 /ano, por habitante. 13º Sergipe ............................R$ 1.466 /ano, por habitante. 14º Santa Catarina ...........R$ 1.527 /ano, por habitante. 15º Rio Grande do Sul .....R$ 1.621 /ano, por habitante. 16º Amazonas ........................R$ 1.627 /ano, por habitante. 17º Rondônia .........................R$ 1.639 /ano, por habitante. 18º Mato Grosso do Sul .........R$ 1.832 /ano, por habitante. 19º São Paulo ........................R$ 1.878 /ano, por habitante. 20º Mato Grosso ....................R$ 1.918 /ano, por habitante. 21º Tocantins .........................R$ 1.919 /ano, por habitante. 22º Rio de Janeiro .................R$ 1.964 /ano, por habitante. 23º Espírito Santo ..................R$ 2.018 /ano, por habitante. 24º Amapá .............................R$ 2.254 /ano, por habitante. 25º Acre ................................ R$ 2.494 /ano, por habitante. 26º Roraima ...........................R$ 2.650 /ano, por habitante. 27º Distrito Federal ................R$ 2.937 /ano, por habitante. FONTE: Ipea – www.ipea.gov.br

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