Cursos de artesanato geram renda e prêmios a moradores de Guaraqueçaba

Criado há cinco anos, o programa Arte Nossa promove o desenvolvimento do artesanato paranaense com cursos de capacitação e oficinas
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06/07/2009 - 16:31
Editoria
Donas de casa e pedreiros de Guaraqueçaba agora são também artesãos graças ao programa Arte Nossa, do Provopar. Criado há cinco anos, o Arte Nossa promove o desenvolvimento do artesanato paranaense com cursos de capacitação e oficinas que aumentam a qualidade dos produtos e habilitam os artesãos a venderem em feiras nacionais e internacionais. Em Guaraqueçaba, o Arte Nossa construiu o Centro de Artesanato, onde os artesãos que compõem a cooperativa de produtores da região trabalham e expõem seus produtos. Eles também têm local reservado no Mercado Municipal e na Praça Central de Guaraqueçaba, bem como nas lojas do Provopar, em Curitiba e no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. “O Centro é um projeto piloto que já está cumprindo o objetivo de dar alternativa de renda aos pescadores, principalmente, que passam dificuldades dudante os meses em que a pesca é proibida para reprodução dos peixes”, explica a presidente do Provopar, Lucia Arruda. “Outro objetivo importante, que também conquistamos, foi estancar o êxodo da população — especialmente dos mais jovens — que deixava Guaraqueçaba em busca de emprego em cidades maiores.” A Cooperativa de Artesãos de Guaraqueçaba reúne 30 pessoas, explica a presidente Ida Maria Oelke Alves. Alguns deles são índios das ilhas da região e da aldeia Kuaray Guata-porã. “Com o programa, as famílias têm uma fonte de renda complementar, que chega a R$ 500”, afirma. Com os bons resultados, outro Centro de Artesanato foi construído na Ilha das Peças. “Em Antonina, construímos o Siri do Portinho, um restaurante operado pelas as mulheres de pescadores, que também possui um espaço para o desenvolvimento do artesanato”, lembra Lucia. CAPACITAÇÃO — Para aprimorar o trabalho dos artesãos e a qualidade de seus produtos, o Arte Nossa promove cursos com técnicos do Provopar em todo o Paraná. Hoje mais de dois mil artesãos estão cadastrados no programa e encontram na atividade uma opção de renda. Caso de Aldo Aparecido de Souza. Ele trabalhava na construção civil, mas há três anos tira o sustento da família construindo móveis de bambu, técnica que aprendeu em oficina ministrada no Centro de Artesanato de Guaraqueçaba. “Antes, me faltava serviço. Depois do curso, minha vida mudou”, afirmou. Lourdes Pontes Viana deixou de ser dona de casa para trabalhar com tapeçaria em fibra de bananeira, sisal e paina. Ela também aprendeu a tecer num curso ministrado no barracão. Hoje, ganha dinheiro com o que produz. “Dia desses, uma turista alemã veio aqui e só não comprou mais peças porque ultrapassaria o limite de peso da bagagem no avião”, disse. PRÊMIOS AOS ARTESÃOS — Além da renda, os artesãos do programa Arte Nossa também ganham prêmios em feiras e exposições nacionais. Iolanda Moraes Thomas, conhecida como Vanda, venceu a categoria Arte Popular: Moldado à Mão do Salão Nacional de Cerâmica 2009. Ela esculpiu uma imagem de santa típica da região. ““Eu faço esses bonecos de barro desde criança. Com os cursos do Provopar, percebi que posso ganhar um dinheirinho com eles”, falou. A artesã Jamile Pereira foi premiada na categoria Arte Popular: Utilitário/Decorativo do Salão Nacional de Cerâmica 2006. Ela expôs uma gamela com imagens de golfinhos. “Já trabalhava antes com pintura em cerâmica, mas as peças, aprendi a fazer nos cursos do Arte Nossa”, disse.

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