O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) no mês de junho foi de -0,11% em relação a maio. O índice abrange famílias que recebem de um a 40 salários mínimos.
Com esse resultado, o acumulado do ano ficou em 5,05% e dos últimos 12 meses, em 13,90%. O último índice negativo ocorreu há 27 meses, em fevereiro de 2001 (-0,17%).
Segundo a coordenadora do projeto IPC do Ipardes, Maria Luiza de Castro Veloso, embora já houvesse uma expectativa de queda da inflação em junho, com um índice próximo de zero, o resultado negativo surpreendeu os técnicos.
O grupo Transporte e Comunicação foi o que mais influenciou no índice geral, com queda de 0,93%. Os itens que mais contribuíram foram: gasolina (-6,17%), item com maior contribuição entre todos os pesquisados pelo IPC, álcool combustível (-11,80%); automóvel de passeio nacional zero km (-0,88%); tarifa de ônibus urbano (-1,34%) e conserto de veículos (-1,06%).
Ainda neste mesmo grupo, os itens que apresentaram alta de preços foram a tarifa de ônibus intermunicipal (20,84%) – índice com maior contribuição positiva em toda a pesquisa –; automóvel de passeio e utilitário usado (0,71%) e automóvel de passeio importado zero km (4,53%).
Alimentos - Com queda de 0,68%, o grupo Alimentos e Bebidas, que não registrava índice negativo desde março de 2002, apresentou a segunda maior redução entre os pesquisados. Os itens que mais contribuíram para esse resultado foram, com queda de preços, batata inglesa (-14,74%); frango inteiro resfriado (-8,03%); açúcar refinado (-8,47%); tomate (-15,48%); refrigerante (-2,45%) e pão francês (-1,47%); com alta de preços: refeição – almoço e jantar (1,86%); arroz (7,32%) e leite pasteurizado (2,12%). Dentro desse grupo, o item alimentos industrializados (que é o de maior peso) registrou um índice de -0,40%, contra 1,37% de maio.
O grupo Artigos de Residência apresentou índice de -0,22%. Os itens que se destacaram foram: móvel para copa e cozinha (-3,81%) e televisão (-1,72%).
A maior alta entre os grupos pesquisados pelo Ipardes em junho foi registrada em Vestuário: 2,34%. As principais contribuições para este resultado se devem mais aos calçados do que propriamente às roupas. Com alta: sapato feminino (8,78%); tênis para adulto (4,61%); calça comprida feminina (4,71%); lingerie (7,06%) e sandália feminina (15,51%). Com queda de preços, destaca-se agasalho feminino (-10,90%).
A variação de 0,52% registrada no grupo Saúde e Cuidados Pessoais decorre, principalmente, do aumento nas mensalidades dos planos de saúde (1,25%) e tratamento dentário (1,15%).
O grupo Habitação apresentou alta de 0,27%, com destaque para o aumento das taxas de condomínio (1,31%).
Finalmente, o grupo Despesas Pessoais teve uma variação positiva de 0,12%. Para este resultado, as maiores influências foram: serviços de empregada doméstica, com alta de 2,46%, e excursão não-escolar, com queda de 3,56%.
Para o mês de julho, o técnico do Projeto IPC do Ipardes, Gino Schlesinger, prevê que o IPC deve continuar baixo, com um índice próximo de zero, mas não negativo como o de junho. Isso, segundo ele, porque as tarifas públicas (energia elétrica e telefonia fixa) não tiveram os aumentos previstos.