Cultura da soja está suspensa até setembro

Vazio sanitário foi anunciado em Assis Chateaubriand, pelo secretário da Agricultura
Publicação
15/06/2009 - 16:20
Editoria
Plantas vivas de soja estão proibidas em todo o Paraná, até 15 de setembro. O chamado vazio sanitário do grão foi lançado, nesta segunda-feira (15), pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, em Assis Chateaubriand, Oeste do Estado. A medida pretende impedir a proliferação da ferrugem asiática, cujos primeiros focos apareceram no Brasil, há cerca de 10 anos. A doença provoca a queda das folhas e prejudica a formação dos grãos, derrubando drasticamente a produtividade da lavoura. “O vazio sanitário é uma medida que se traduz em menor custo de produção e aumento de produtividade”, afirmou Bianchini. Segundo a Embrapa, a estimativa é que a doença já provocou perdas de aproximadamente US$ 13,4 bilhões. Esta é a segunda vez que a medida fitossanitária entra em vigor no Estado. Conforme a resolução assinada pelo secretário, não pode haver plantas vivas de soja, em plantio, parques, praças e até mesmo derramamento de grãos durante o transporte, pois há risco de ocorrer a germinação dos grãos que podem se tornar hospedeiras da doença e, assim, migrar para as lavouras no período de safra normal. “A medida retarda o aparecimento dos focos da ferrugem e da necessidade de aplicação de fungicidas, como ocorreu no ano passado, em que a média de 1,8 aplicação passou para 1,3”, explicou Bianchini. De acordo com ele, a escolha de Assis Chateaubriand se deu por conta da representatividade da região na plantação de grãos. FISCALIZAÇÃO – O secretário municipal de Agricultura, Meio ambiente, Abastecimento e Transporte, Vinício Lourenço de Castro, disse que o município ajudará na fiscalização para que nenhum produtor mantenha soja em vegetação. “Temos que fazer o papel da neve e da geada, que ocorrem no hemisfério norte, onde o vazio sanitário acontece normalmente”, afirmou. A chefe do Departamento de Fiscalização e da Defesa Agropecuária, Maria Celeste Marcondes, explicou que os produtores rurais que não cumprirem a determinação serão autuados e terão prazo para defesa. “A partir desse ponto, dependendo dos agravantes e atenuantes, ele pode ser penalizado com multas, advertências, suspensão de crédito e até a interdição da propriedade”, detalhou. Maria Celeste comparou a necessidade da medida fitossanitária para evitar o que aconteceu, no passado, com a cultura do algodão, por conta do “bicudo”. “A necessidade de muitas aplicações de herbicidas elevaram o custo da produção, o que inviabilizou a cultura do algodão”, lembrou. O secretário lembrou que, na próxima segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, lançam o Plano Safra, em Londrina. Esse plano destinará cerca de R$ 100 bilhões à agricultura.

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