O Governo do Paraná, através do Codesul (Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul) realizou nesta quinta-feira (29) o Seminário de Franco-Brasileiro de Financiamento a Micro e Pequenas Empresas de Base Tecnológicas, na sede do BRDE em Curitiba.
“As pequenas empresas de tecnologia possibilitam um enorme aumento na produtividade e qualidade de serviços e produtos, mas para que consigam atingir o mercado é necessário um sistema de apoio através de incubadoras e financiamento. Nós estamos trazendo nesse evento as ferramentas criadas na França para financiar essas organizações”, explicou o secretário do Codesul/PR Santiago Martin Gallo.
O evento reuniu representantes franceses como Michel Brunet, Adido para Área de Ciência e Tecnologia do Consulado Francês em São Paulo, André Jaunay, do Conselho Regional da Região de Ile-de-France e Sylvie Leauté, da consultoria OSEO-ANVAR, além da Secretaria de Ciência e Tecnologia (SETI), a Agência de Fomento do Paraná, Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Fiep e Sebrae-Pr.
“O mais difícil em eventos desse tipo é reunir os diversos atores tanto do setor público quanto do privado. Nós tivemos nesta reunião uma ótima resposta dos diversos setores, a partir disso os trabalhos avançam”, afirmou Santiago Gallo.
A reunião é resultado dos diversos contatos que o Governo do Paraná vem realizando com a França. “Estamos aqui tentando dar um conteúdo aos acordos. O Paraná é um Estado dinâmico, que gosta de fazer coisas concretas. Nós da França também. Acho que podemos encontrar diversas formas de financiamentos juntos”, afirmou Michel Brunet, adido francês.
“França e Brasil têm ferramentas equivalentes de financiamento em tecnologia como as Faps, Finep e CNPq. Já na área de financiamento de capital, o Brasil tem alguma dificuldade. Trazemos da França ferramentas como as das Associações de Empréstimo de Hora, que aplicam na pessoa física de uma empresa. A garantia é a própria hora de trabalho da pessoa, sem juros.
Além disso temos os chamados “businees angels”, pessoas físicas que colocam seu capital nas empresas de tecnologia. Os EUA têm 350 mil, a Inglaterra, 70 mil, na França começamos agora e já passamos de 3 mil para 12 mil. São duas formas que funcionam muito bem”, afirmou Brunet. “O Consulado Francês fez pesquisa sobre a possibilidade do uso dos “businees angels” no Brasil e o resultado foi altamente positivo”, afirmou Brunet.
O estímulo às pequenas empresas de base tecnológica é um processo que envolve várias instituições “É como um condomínio, onde as incubadoras subsidiam os custos primários, depois os financiadores investem o capital necessário. A idéia é que em poucos anos as empresas estejam aptas a competir no mercado”, sintetiza Santiago.
De acordo com a coordenadora da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Jackelyne Veneza, o desafio do Paraná é fornecer àqueles que querem criar uma empresa uma visão de mercado, das vocações regionais, já que não adianta apenas oferecer fomento porque as empresas não se mantêm só com ele. “A Seti está preocupada em oferecer editais que tenham esse olhar”, concluiu.
O Sebrae-Pr esteve no seminário mostrando as ferramentas que dispõe para esse tipo de financiamento. “Lançamos recentemente o programa Padetec, em que damos oportunidade a qualquer micro ou pequena empresa de fazer adaptações no campo da inovação e tecnologia. Significa um crédito de R$ 5 mil por ano e já beneficiou em torno de 150 empresas”, lembrou Olávio Schoenau, responsável técnico pela Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae-PR.
O programa já cadastrou 45 instituições do Paraná capazes de dar apoio às pequenas empresas. “O interessante é fazer essa a relação entre universidades, empresas privadas e o setor produtivo, que sempre foi muito difícil no Brasil. Estão cadastrados, por exemplo, todos os campos do interior da UTFPR, Senai, Sesi, além das faculdades e também consultorias privadas”, afirmou Schoenau.
BOX:
Agência de Fomento do Paraná vai
ter R$ 2 bilhões para o microcrédito
A Agência de Fomento do Paraná, vinculada ao governo do Estado, é um dos principais agentes para a oferta de microcréditos. O capital para fianciamentos vai subir este ano para R$ 2 bilhões. A mudança que mais vem despertando o interesse dos microempreendedores é a que aumentou o teto máximo para os empréstimos, de R$ 5 mil para R$ 10 mil.
“Esta modalidade de empréstimo destina-se à expansão de negócios. É para pessoas que já tenham negócios formais ou estejam dispostos a formalizá-los. Desde as novas vantagens foram anunciadas pelo governador, temos recebido inúmeros pedidos de informações para esta faixa de empréstimo, que entra em vigor em março”, disse o presidente Antonio Rycheta .
As mudanças anunciadas pelo governador estendem o prazo de pagamento de 18 meses para até 24 meses, além da redução dos juros de 1,5% para 1% ao mês. O processo é rápido e sem burocracia. O prazo médio para a liberação dos recursos é de 15 dias.
A única exigência é que o interessado resida há pelo menos seis meses no município. Isso pode ser comprovado com uma conta de luz, por exemplo. É preciso apresentar um avalista – pode ser um amigo, um parente – e não ter restrições de crédito. Além disso, são necessários documentos básicos como RG e CPF e, no caso de uma empresa formal constituída, os documentos da empresa.
Crédito para microempresas é discutido por franceses durante evento do Codesul
O seminário, que ocorreu na sede do BRDE-PR, reuniu representantes franceses e brasileiros com o objetivo de aumentar os financiamentos disponíveis para pequenas empresas de tecnologia
Publicação
29/11/2007 - 15:00
29/11/2007 - 15:00
Editoria