A Cooperativa de Produtores Rurais e Artesãos de Mandirituba (Coopermandi) e dois grupos de produção artesanal – Costa Azul (em Matinhos) e Antonina – expõem até esta sexta-feira (31) na Feira de Reciclagem e Tecnologia Ambiental bolsas, carteiras, colares, brincos, chapéus e tornozeleiras fabricadas a partir do curtimento do couro do peixe e da reutilização de malotes de Correio.
Criado depois do curso de curtume dado pela Associação Gerações e Talentos, entidade contratada pela Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social para serviços de qualificação profisional na região, o Núcleo de Produção Costa Azul ainda está no início.
Segundo a coordenadora do núcleo, Zilca Andrade, o grupo é formado por 22 mulheres entusiasmadas em transformar o feio em belo. “A idéia é aproveitar esse espírito de cooperativismo e os valores manuais da equipe para a criação de uma cooperativa com objetivo de gerar renda tanto para o grupo já constituído como para outros que vierem depois”, conta Zilca. Fibra de bananeira trabalhada e técnicas de bordado ajudam a agregar mais valor às mercadorias cujos preços variam de R$ 4,00, como é o caso das tornozeleiras, a R$ 40,00, valor das bolsas maiores.
Outro grupo também capacitado pela Associação, o Núcleo de Produção de Antonina é formado por 26 pessoas e é coordenado por Esther Nunes, argentina que vive há 35 anos no Brasil. “Logo que mudei para Antonina vi as dificuldades financeiras dos pescadores da região e resolvi montar um projeto de resíduo zero, ou seja, de reaproveitamento da tilápia (tipo de peixe originário da África e introduzido na região). Repassei a idéia para a Gerações e Talentos e junto com a instituição apresentamos a iniciativa à Secretaria”, explica Esther.
Assim como o Núcleo Costa Azul, o de Antonina também está numa fase inicial. “Estamos ainda numa etapa de conscientização dos pescadores quanto à possibilidade de geração de renda por meio do artesanato, principalmente nas épocas de reprodução ou em eventuais acidentes ecológicos, períodos quando não permitida a pesca”, salienta Esther.
Formada com a assessoria do Programa Paranaense de Economia Solidária (Ecosol), da Secretaria e da Incubadora Tecnológica da Universidade Federal do Paraná, a Cooperativa de Produtores Rurais e Artesãos de Mandirituba produz bolsas usando malotes de correio de bancos e do Tribunal Regional Eleitoral.
Desempregada há quase um ano, Érica Amorim, 23 anos, uma das cooperadas, encontrou uma grande oportunidade no grupo. “Já consegui sozinha ganhar mais de R$ 700,00 em um mês, dinheiro é suficiente para pagar meu aluguel e me sustentar”, diz. A Cooperativa fabrica cerca de 400 bolsas por mês sob a marca “Lona e Couro”.
Serviço:
Feira de Reciclagem e Tecnologia Ambiental – evento associado ao COP8 MOP3.
Data: 28 a 31/03/06.
Local: Estação Embratel Convention Center - Piso Poty.
Endereço: Av. Sete de Setembro, 2775.
Horário: 16h as 22h.
Couro de peixe e malote de correio transformam-se em renda para trabalhadoras
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Publicação
30/03/2006 - 17:19
30/03/2006 - 17:19
Editoria