Copel vence leilão por novas obras de transmissão no Estado do Paraná

Lotes de novas linhas no Estado ficaram com consórcios integrados pela estatal
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30/09/2004 - 00:00
Editoria
A Copel arrematou em leilão realizado nesta quinta-feira (30), pela Aneel, na Bolsa de Valores de São Paulo, a concessão de dois lotes de obras destinadas a reforçar o sistema de transmissão de energia elétrica no Paraná e Região Sul. “O presidente da Bovespa me parabenizou pelo negócio. Essa é a Copel que seria vendida e que recolocamos nos trilhos. Agora, ela é considerada uma das melhores empresas hidrelétricas do mundo pelo jornal Financial Times”, comentou o governador Roberto Requião. “E ainda dizem que este governo é um risco para o Brasil”, ironizou. Em parceria com a Eletrosul, a Copel venceu a disputa pela construção da linha Cascavel Oeste a Foz do Iguaçu Norte em 230 kV, que inclui a instalação de uma nova subestação em Foz do Iguaçu, e da linha Ivaiporã a Londrina em 525 kV. As obras são essenciais para garantir a confiabilidade do suprimento às regiões Oeste e Norte do Paraná, reduzindo a probabilidade de colapsos ou restrições ao suprimento, em situações de contingência. Também significarão um substancial reforço à capacidade de atendimento ao mercado consumidor, permitindo que novos empreendimentos venham a ser ligados e gerem empregos, renda e qualidade de vida à população. Foz do Iguaçu – Os lotes foram leiloados separadamente. Num deles, a Copel participou majoritariamente (com 80%) com a Eletrosul (20%) e obteve o direito de construir a linha de transmissão Cascavel Oeste/Foz do Iguaçu Norte, com 115 km de extensão e que inclui a construção de uma nova subestação em Foz do Iguaçu, com 150 MVA de potência. Essa linha é estratégica para garantir plena condição de abastecimento à cidade, que é um dos maiores pólos turísticos do mundo. Atualmente, Foz do Iguaçu é servida por duas linhas em 138 mil volts com origem em Cascavel e responsáveis pelo suprimento a todas as localidades existentes no trajeto. Já a nova linha será do tipo expressa, sem conexões intermediárias e terá maior capacidade de transporte de energia. Isso irá se traduzir em energia confiável e abundante para toda a cidade e região. Para arrematar o lote, o consórcio liderado pela Copel ofereceu como lance remuneração anual de R$ 11,06 milhões, o que representa deságio de 0,59% sobre a remuneração máxima anual admitida pela Aneel (de R$ 11,13 milhões). As obras devem estar prontas no prazo máximo de 20 meses a contar da assinatura do contrato de concessão, previsto para o fim deste ano. Os investimentos necessários estão previstos em cerca de R$ 55 milhões. Cerca de 200 empregos diretos deverão ser criados por esse empreendimento. Londrina – Também em conjunto com a Eletrosul, mas com participação minoritária de 5%, a Copel integra o consórcio que construirá o segundo circuito de 525 mil volts interligando Ivaiporã e Londrina. A nova linha, com 120 km de extensão, será essencial para assegurar plena condição de confiabilidade ao suprimento de Londrina e região vizinha, hoje, fortemente dependente do único circuito de 525 mil volts existente. No futuro, com a construção – já planejada pela Aneel – de uma nova subestação da mesma classe de tensão em território paulista, essa linha também figurará como reforço à interligação dos sistemas elétricos dos submercados Sul e Sudeste. Os investimentos previstos estão orçados em cerca de R$ 100 milhões e o prazo para a conclusão da obra é de 18 meses a contar da assinatura do contrato de concessão. Para ficar com a concessão, o consórcio propôs uma remuneração anual de R$ 14,37 milhões, com deságio de 27,5% em relação ao máximo admitido pela Aneel (R$ 19,8 milhões). As obras deverão absorver o trabalho direto de 300 pessoas, aproximadamente. Integram o consórcio a Eletrosul (com 44%), Cymi – Contról y Montajes Industriales (com 31%) e Santa Rita Engenharia (20%), além da Copel.