A Copel venceu nesta sexta-feira (8) o leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel para a construção e operação de uma linha de transmissão que irá conectar as subestações Foz do Iguaçu, de propriedade da estatal Furnas Centrais Elétricas, e Cascavel Oeste, que pertence à própria Copel. Os investimentos estimados pela Aneel para esse empreendimento são de aproximadamente R$ 90 milhões.
“Foi uma grande vitória de todos os paranaenses”, disse o presidente da empresa, Rubens Ghilardi. “Essa obra é importante para os três estados do Sul e era reivindicação de muitos anos da Copel, que sempre defendeu que a cota da produção da Usina de Itaipu que cabe à Região Sul fosse transportada por uma linha expressa, evitando que a energia primeiro fosse para o Sudeste para, depois, voltar”.
Ghilardi destacou que ao arrematar o direito de construir essa nova linha em leilão, a Copel vai se tornar a transportadora da parte da energia de Itaipu destinada ao Sul do país. “Além do fato de a linha ser fundamental para o Paraná e estratégica para a Companhia, ao entrar no leilão disposta a vencê-lo a Copel demonstrou que, apesar de todas as restrições à atuação das estatais no sistema elétrico brasileiro, é uma empresa competitiva sob todos os aspectos”, declarou o presidente.
A nova linha de transmissão será essencial para aumentar a confiabilidade operacional do sistema elétrico do Sul do país, pois vai criar uma alternativa para transportar a energia produzida em Itaipu no caso de emergências que restrinjam a operação do sistema de transmissão existente e, também, para escoar a geração excedente da usina nos períodos em que a hidrologia for favorável. “Estamos cumprindo a orientação do governador Roberto Requião de investir na expansão das nossas atividades na geração e na transmissão de energia elétrica”, afirmou Ghilardi. “Nos empreendimentos fora do Paraná, a Copel quer ser bastante competitiva, mas naqueles dentro do Estado, ela quer ser imbatível”.
Reforço
Na avaliação do presidente Rubens Ghilardi, todas as cidades do oeste e do sudoeste paranaenses ganharão um significativo reforço nos níveis de confiabilidade e de disponibilidade de energia elétrica quando a nova linha começar a operar. “Para a Copel, é estrategicamente interessante operar e supervisionar esse novo ponto de conexão, cujo ponto de chegada se encontra numa de nossas próprias subestações”.
A linha de transmissão Foz do Iguaçu – Cascavel Oeste deve entrar em funcionamento no prazo de 24 meses a contar da assinatura do contrato de concessão, inicialmente previsto para ocorrer em outubro próximo. Com 115 km de extensão e operando em circuito simples, a nova linha transportará eletricidade em extra-alta tensão (525 mil volts).
Leilão reverso
A concessão para a construção e operação de novas linhas de transmissão que integram a rede básica do sistema elétrico interligado é disputada em sistema de leilão reverso, onde o vencedor é quem oferece menos. A Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica estabelece uma remuneração anual máxima permitida a quem arrematar a concessão e, desse valor para baixo, acontecem as disputas.
No caso da linha de transmissão Foz do Iguaçu – Cascavel Oeste, a Aneel estabeleceu como receita anual máxima permitida a importância de R$ 12 milhões 294 mil. O lance vencedor oferecido pela Copel representou um deságio de 40,5% sobre esse limite, o que significa que a Companhia irá construir e operar a nova linha mediante uma receita anual de R$ 7 milhões 315 mil.
O segundo melhor lance apresentado foi o da espanhola Elecnor Transmsissão, que se dispôs a receber R$ 10 milhões 573 mil por ano, com deságio de 14% sobre a receita máxima fixada, para executar o empreendimento. Como a diferença de valores entre essa proposta e a da Copel foi maior que 5%, a disputa foi encerrada sem que houvesse necessidade de lances a viva-voz.
Além da Copel e da Elecnor, outros sete participantes estavam habilitados a disputar a concessão da nova linha, mas apenas dois formularam lances: o Consórcio Transenergia, formado por Furnas e pelas construtoras J. Malucelli e Delta, ofereceu deságio de 12% sobre a receita máxima (R$ 10 milhões 819 mil) e a Alupar Investimento propôs deságio de 6% (R$ 11 milhões 556 mil).