O presidente da Companhia Paranaense de Energia – Copel –, Paulo Pimentel, anunciou nesta segunda-feira (04), na reunião semanal do governador Roberto Requião com todo o secretariado, um investimento de R$ 240 milhões, até o fim de 2004. Os recursos serão empregados para estender para todo o Paraná a rede de fibra ótica, totalizando 2.100 pontos instalados. A Copel também prevê a construção de uma usina hidrelétrica, que seria a última instalada no Rio Iguaçu.
Paulo Pimentel afirmou que a Copel também vai investir na melhoria das redes de transmissão, “que estão muito mal tratadas”, e acenou com a possibilidade da compra do controle acionário da UEG – Araucária, cujo contrato está atualmente sob litígio. Pimentel fez uma explanação sobre a situação dos demais contratos que estão sendo negociados e revelou, ainda, o valor da inadimplência atual na empresa, que chega a R$ 187 milhões, dos quais R$ 93 milhões junto às prefeituras municipais.
Situação atual – Pimentel apresentou aos secretários estaduais e demais integrantes da equipe do governo a reestruturação e o processo de verticalização da empresa, uma das prioridades do governo Requião. Fez um comparativo do nível de endividamento da companhia, que era de apenas 8,8% do patrimônio líquido em 1994, e passou a 46,8% em 2002, com uma dívida atual de R$ 2,4 bilhões. Somente em 2003 estava projetado um prejuízo da ordem de R$ 550 milhões, afirmou.
Sobre a evolução da inadimplência, o presidente da Copel revelou que ela cresceu de R$ 35 milhões, em 1994, para R$ 187 milhões até maio deste ano. “O problema maior é que a Justiça concede liminares que limitam nossa ação de cobrança dos grandes devedores”, acrescentou. Como exemplo, citou o caso de uma fábrica de cimento, que tem uma dívida de R$2,5 milhões, e uma usina de álcool, que deve R$ 500 mil à empresa. A Copel vem negociando esses débitos e, segundo seu presidente, a prefeitura de Curitiba já acertou o parcelamento da dívida de R$ 65 milhões.
Pimentel lembrou que o valor do reajuste tarifário de 25,27% em média, determinado pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – em julho último, transformou-se, por determinação do governador, em desconto para quem paga as contas em dia. “Beneficiamos os bons pagadores e abrimos um campo de negociação com os devedores, para reduzir ao máximo o grau de inadimplência”, disse.
“Pool”– Requião reafirmou, na reunião, que vai continuar negociando com a ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, para que o Paraná não saia prejudicado com a implantação do novo modelo energético no país, que prevê um “pool” nacional de energia, para evitar que empresas privadas ou privatizadas se beneficiem da comercialização de energia elétrica. “Querem passar um mata borrão em vez de discutir contratos, como nós fizemos, e vão reduzir as tarifas a um custo muito alto para alguns Estados”, explicou.
“Não vamos aceitar a encampação da geração de energia da Copel”, reiterou o governador, lembrando que os estados de Minas Gerais e do Paraná seriam os mais prejudicados com o “pool”, pelo alto grau de investimentos no setor e por estarem com suas usinas já amortizadas. “Estamos dispostos a travar batalhas, inclusive com o governo federal, na defesa dos interesses do Paraná”, concluiu.