Copel torna-se “empresa irmã” do conglomerado China Yangtze Power Company

Empresa paranaense formaliza vínculo com a companhia chinesa responsável pela Usina de Três Gargantas
Publicação
09/03/2009 - 18:30
Editoria
A Copel tornou-se nesta segunda-feira (dia 9) “empresa irmã” do conglomerado chinês CYPC – China Yangtze Power Company, responsável pela gestão e operação da maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada – a Usina de Três Gargantas, projetada para ter ainda este ano, quando estiver totalmente concluída, 18.200 MW (megawatts) de potência – ou 4.200 MW a mais que Itaipu, que não perderá, no entanto, o título de maior hidrelétrica do planeta em quantidade de eletricidade produzida. O termo de cooperação unindo e aproximando Copel e CYPC deverá dinamizar bastante o intercâmbio de informações e conhecimentos entre as duas empresas, além de facilitar a visita de missões técnicas. Dentro da cultura oriental, o estabelecimento de relações formais de fraternidade entre instituições e empresas tem um grande significado, equivalendo a um “atestado de confiança” pelo qual as entidades reconhecem semelhanças de propósitos e franqueiam uma à outra o acesso a instalações, estruturas e conhecimentos. “Sob esse foco, a Copel tem grande interesse em conhecer os métodos e processos empregados na China que tornaram possível gerenciar um megaempreendimento como Três Gargantas”, diz Paulo Roberto Trompczynski, diretor de Finanças e presidente em exercício da estatal. De parte dos chineses, o interesse maior reside em absorver a experiência de mais de 30 anos da Copel na operação integrada de reservatórios em hidrelétricas instaladas num mesmo rio, como é feito no Iguaçu. “A China construiu a barragem de Três Gargantas com a finalidade básica de controlar as vazões do rio Yangtze, prevenindo e amortecendo as grandes cheias que lá costumam ocorrer e mantendo sua navegabilidade”, conta Raul Munhoz Neto, diretor de geração e transmissão de energia da Copel. “Para aproveitar as vazões no restante do rio, que é um dos maiores do mundo, os chineses têm planos de construir até 2020 outras 25 hidrelétricas, que somarão 15.800 MW de potência”, acrescentou. Para gerenciar e operar corretamente esse grande número de barragens, a CYPC pretende contar com os conhecimentos técnicos da Copel. Assim, a programação oficial da delegação chinesa incluiu uma visita ao Centro de Operação da Geração da Copel, local de onde são controladas e comandadas remotamente todas as suas usinas hidrelétricas. Nesta terça-feira (10), os chineses devem conhecer a Usina Ney Braga (Segredo), no rio Iguaçu, com potência instalada de 1.260 MW e inaugurada pela Copel em setembro de 1992. A China Yangtze Power Company foi criada em novembro de 2002 com a missão de gerenciar a Usina de Três Gargantas e, também, da Usina de Gezhouba, instalada no mesmo rio. Com 2.715 MW e inaugurada no final de 1980, ela foi durante muito tempo a maior hidrelétrica em operação na China. O quadro de empregados da CYPC é formado por quase 2 mil trabalhadores – mais da metade com idade inferior a 40 anos de idade – e por três anos, de 2004 a 2006, foi apontada como “a empresa mais valiosa” entre aquelas com ações negociadas na Bolsa de Xangai. Além de fazer a gestão de Três Gargantas, de Gezhouba e de preparar o projeto de outros aproveitamentos no rio Yangtze, a CYPC tem planos de desenvolver uma série de grandes novas usinas na mesma bacia, começando pelo rio Jinsha. A primeira delas, a Hidrelétrica de Xiluodu, já está em obras e sua potência final prevista é de 12.600 MW. Os demais projetos são os das usinas de Xiangjiaba (6 mil MW), Baihetan (12 mil MW) e Wudongde (7.400 MW). O termo de cooperação que transformou Copel e CYPC em “empresas irmãs” foi assinado, por parte da Copel, pelo seu presidente em exercício, Paulo Roberto Trompczynski e pelo diretor de geração e transmissão, Raul Munhoz Neto. Pela empresa chinesa, assinaram o seu presidente, Cheng Zhang e também o diretor encarregado da Usina de Três Gargantas, Baocheng Wang.

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