A Copel está prestes a concluir dois projetos de pesquisa sobre o uso de óleo vegetal como fluido isolante de transformadores da rede elétrica que beneficiam ambientalmente a região do Lago Municipal de Cascavel e quase todos os consumidores de água da cidade. Ambos os estudos seguem e obedecem aos princípios que regem a Política de Sustentabilidade e Cidadania Corporativa da empresa.
Considerados “verdes” por utilizarem óleo de origem vegetal em lugar do óleo mineral isolante derivado de petróleo, empregado há anos em todo o mundo como isolante elétrico e elemento de arrefecimento dos transformadores, os 22 equipamentos adquiridos pela Copel para estudos estão instalados nas redes de distribuição situadas justamente no entorno das nascentes do rio Cascavel.
Essas nascentes formam o Lago Municipal e constituem o principal manancial de captação de água pela Sanepar para abastecimento da população. Cada um dos transformadores – que operam na tensão de 13,8 mil volts com potência de 112,5 kVA (quilovolts-ampères) – comporta em torno de 100 litros do fluido ecológico.
Como o óleo vegetal é não poluente, atóxico e biodegradável (ao contrário do óleo mineral isolante obtido do petróleo), fica drasticamente reduzida a possibilidade de esses equipamentos virem a ocasionar algum impacto ambiental negativo aos mananciais no caso de serem danificados por um abalroamento de poste ou um forte temporal que venha a provocar algum vazamento do líquido.
Bem sucedidas até agora, as experiências com o óleo vegetal isolante têm sido desenvolvidas desde 2005 na cidade de Cascavel pela equipe da Divisão de Manutenção Eletromecânica da Copel na região, em parceria com técnicos da área de Engenharia de Distribuição de Curitiba e pesquisadores do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec).
Óleos ecológicos
Segundo os pesquisadores, a Copel possui atualmente em operação mais de 750 transformadores de potência em subestações e 330 mil transformadores de distribuição na rede elétrica. Somando-se ainda alguns milhares de disjuntores e reguladores de tensão, os equipamentos da Companhia armazenam algo próximo de 25 milhões de litros de óleo mineral isolante, um fluido classificado como tóxico e não biodegradável, extraído a partir do refino de petróleo.
Considerando-se que a Copel é uma entre 64 empresas distribuidoras de energia elétrica que atuam no país e que ela responde pelo atendimento a algo como 6% do mercado consumidor brasileiro, é possível fazer uma idéia da enorme quantidade de óleo mineral isolante que está em uso nas instalações do sistema elétrico nacional.
Quem se candidata a substituir esse volume todo de petróleo é o conhecido óleo vegetal obtido a partir do esmagamento de grãos de soja ou de outras oleaginosas muito usadas na preparação de alimentos, por exemplo. Para sair da cozinha e entrar no setor elétrico para cumprir com eficácia o papel de elemento isolante e refrigerante de equipamentos elétricos, no entanto, o óleo vegetal que vem sendo estudado pelos técnicos da Copel e do Lactec recebe aditivos e passa por diversas etapas de ensaios de oxidação e envelhecimento acelerado em estufas de laboratório.
Fonte econômica e renovável de energia, o óleo vegetal traz como vantagem sobre o seu similar mineral o fato de ser biodegradável e de dispensar maiores cuidados na armazenagem, transporte e manipulação, conferindo mais segurança ao meio ambiente. Um círculo verde impresso no lado externo das carcaças metálicas dos transformadores identifica o propósito ambiental das experiências.
Pioneirismo em Foz
A rede subterrânea de distribuição de eletricidade que a Copel e o Governo do Estado construíram em 2006 em Foz do Iguaçu, empregou pioneiramente no Brasil transformadores que usam óleo vegetal como isolante elétrico, em lugar do óleo mineral derivado de petróleo. O óleo vegetal apresenta diversas vantagens sobre o isolante tradicional, a começar pelo menor custo e maior resistência ao calor: seu elevado ponto de combustão (em torno de 300 graus centígrados) reduz o risco de incêndios no equipamento.
A Copel mantém em uso 18 transformadores desse tipo na rede subterrânea da Avenida Brasil, instalados em câmaras subterrâneas. Eles operam na tensão de 13,8 mil volts, cada qual com potência de 500 kVA (quilovolts-ampères), até hoje dentro da mais absoluta normalidade.