Copel registrou lucro líquido de R$ 283 milhões no trimestre


Resultado foi 66% maior e refletiu o crescimento do consumo e reversão pela renegociação com Cien
Publicação
15/05/2007 - 19:27
Editoria
A Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) contabilizou um lucro líquido de R$ 283 milhões no primeiro trimestre de 2007, resultado 66% superior ao verificado no mesmo período do ano passado, de R$ 171 milhões. O resultado, avaliado como “muito bom” pelo presidente da empresa, Rubens Ghilardi, foi impulsionado basicamente pelo crescimento do consumo de energia elétrica na área de concessão da Companhia. De janeiro a março deste ano, o mercado faturado da Copel avançou 4,3% em relação aos mesmos meses de 2006. A conta considera o comportamento dos seus 3,3 milhões de consumidores cativos e mais os consumidores livres atendidos pela Copel Geração. Ao serem incluídos os consumidores livres supridos por outras empresas, a variação trimestral do consumo no Paraná cai para 3,8%. Essa evolução no mercado consumidor de energia foi recebida positivamente pela direção da Copel, que está otimista com relação ao futuro. “Os índices são promissores e permitem criar a expectativa de uma recuperação no ritmo de crescimento da economia, sensivelmente prejudicado no ano passado pela estiagem”, comentou o presidente Ghilardi. “Um indicador expressivo disso é o crescimento do consumo médio residencial, coisa que não acontecia desde o racionamento de 2001 e que, apesar de não ter sido decretado no Paraná, afetou o nosso mercado”, complementou. Nos primeiros três meses deste ano, cada um dos 2,6 milhões de lares servidos pela Copel no Estado consumiu, em média, 160,6 quilowatts-horas mensais, quase 3% mais que no princípio do ano passado. Ao maior dinamismo da economia corresponderam aumentos significativos nos níveis de consumo das classes comercial (variação de 6,4% no trimestre) e rural (4,2%), além da residencial, que no acumulado registrou elevação de 5,7%. As indústrias, consideradas as que integram o mercado cativo e as que são supridas pela subsidiária de geração da Copel, apresentaram crescimento de 3,4%. Reversão - O lucro de R$ 283 milhões anunciado pela Copel também agrega os efeitos da reversão de R$ 100,9 milhões decorrente da segunda renegociação dos contratos para a compra de energia da Cien. O efeito líquido da reversão nos resultados do trimestre, deduzidos os impostos, foi de R$ 60,4 milhões. Essa nova negociação foi conseqüência de uma decisão do governo da Argentina de, para satisfazer a demanda interna do país, não mais permitir a exportação de eletricidade. Em razão disso, todos os contratos chancelados pela Cien tiveram de ser repactuados. No caso da Copel, os contratos que previam o fornecimento de 400 megawatts até 2009 foram reduzidos para 175 megawatts e o término antecipado para dezembro de 2007. “A Copel tinha R$ 100 milhões provisionados destinados à sua contrapartida pela energia adquirida até o início de 2003, quando os contratos originais firmados na gestão anterior – de 800 megawatts e a preços excessivamente altos – começaram a ser revistos”, explicou o presidente Rubens Ghilardi. “Esse valor seria pago parceladamente até 2009, mas como o final do compromisso foi antecipado, o saldo do provisionamento está sendo revertido”. Ghilardi ressaltou que a redução no suprimento contratado com a Cien não irá afetar ou comprometer o balanço de energia da Copel. “Metade dos montantes que a Cien deixou de nos entregar já foi reposta no leilão de venda promovido pela Aneel no final de 2006, o que nos deixa totalmente tranqüilos”, informou o presidente. “Para cobrir o restante, há mecanismos previstos nas regras que regulamentam o mercado dos quais iremos dispor no momento oportuno e na medida das necessidades”.

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