Copel registra lucro líquido de R$ 1,079 bilhão em 2008

Resultado teve influência da variação cambial verificada no final do ano
Publicação
21/03/2009 - 06:50
Editoria
A Copel apurou lucro líquido de R$ 1 bilhão e 79 milhões no ano de 2008, resultado 2,5% menor, comparativamente, que o verificado em 2007 (de R$ 1 bilhão 107 milhões). Os números não chegaram a surpreender a direção da Companhia, que já esperava por uma redução no lucro em virtude da forte variação cambial do dólar frente ao real nos três últimos meses do ano. “Nossa situação econômica e financeira é absolutamente sólida e bastante confiável”, disse Rubens Ghilardi, presidente da Copel. “Entretanto, a acelerada valorização do dólar a partir do final de setembro, quando a economia internacional deu sinais inegáveis de instabilidade, acabou impactando significativamente alguns encargos da empresa indexados à moeda norte-americana, como a compra de energia produzida por Itaipu e as contas de suprimento de gás natural para distribuição pela Compagas”, afirmou. Os efeitos da variação do câmbio ficam mais visíveis quando considerado o resultado contábil da Copel do quarto trimestre, isoladamente. Em 2008, o lucro líquido chegou a R$ 180 milhões, enquanto em idêntico período do ano anterior atingiu R$ 312 milhões. RECEITA - A Copel encerrou o ano contabilizando crescimento de 4,9% na sua receita operacional líquida (resultado da venda de energia elétrica e outros serviços aos consumidores e usuários), que atingiu R$ 5 bilhões 459 milhões. “O crescimento foi consequência da expansão de 6% no consumo de eletricidade pelo mercado cativo da Companhia, formado por mais de 3,5 milhões de ligações elétricas em todo o Paraná”, explicou o presidente. O grande destaque, segundo a Copel, foi o segmento industrial, que registrou aumento de consumo de 7,8%. “Esse número é coerente com o crescimento da produção industrial paranaense em 2008, que atingiu 8,6% e superou largamente a média nacional de 3,1%”, complementou Rubens Ghilardi. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 15,5% e a capacidade de geração de caixa (Lajida – Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 1 bilhão 851 milhões. O endividamento total da Companhia, um dos menores dentro do setor elétrico brasileiro, fechou o ano em R$ 1 bilhão 864,6 milhões – do total, menos de 9% são compromissos em moeda estrangeira. “Reduzimos à metade a dívida existente em dezembro de 2002 e que foi herdada pelo governador Roberto Requião”, informou Rubens Ghilardi. “No balanço daquele ano, o endividamento da Copel correspondia a 47% do seu patrimônio líquido e, como resultado de um grande esforço por mais eficiência e com uma gestão pautada pela seriedade e austeridade, a dívida agora equivale a somente 23,2% do seu patrimônio – e se forem desconsideradas as dívidas da Elejor e da Compagas, ela cai a menos de 20%”, diz ainda o presidente da Copel. “Além disso, o baixíssimo endividamento em moeda estrangeira deixa a Copel pouco exposta às variações cambiais, permitindo-lhe uma situação confortável na programação de seus desembolsos”. CÂMBIO - Do lado das despesas, o total de custos e despesas operacionais da Copel atingiu R$ 3 bilhões 982 milhões, com acréscimo de 10,5% sobre os números apurados em 2007. O principal responsável por tal variação foi o item “energia elétrica comprada para revenda”, que cresceu 26,2%. Nessa rubrica é contabilizada a despesa pela compra de energia da Usina de Itaipu e cujos valores são referenciados ao dólar norte-americano. A rubrica “gás natural e insumos para operação de gás” teve variação de 23,4%, também como conseqüência da indexação de preços ao dólar. Os investimentos da Copel na ampliação e expansão do sistema elétrico paranaense e do seu sistema de telecomunicações em fibras ópticas durante o ano de 2008 totalizaram R$ 776 milhões, cabendo quase dois terços disso ao segmento de distribuição – atividade que mais de perto responde pelo atendimento ao mercado consumidor, que absorveu R$ 497,7 milhões do que foi investido. As áreas de geração e transmissão de energia elétrica receberam recursos da ordem de R$ 93,1 milhões e o segmento de telecomunicações teve dotação de R$ 24,7 milhões. A empresa também investiu R$ 160,4 milhões em empresas onde tem participação: R$ 110,2 milhões para ampliar de 15% para 45% sua parcela no capital da Dominó Holdings (que detém 35% do capital social da Sanepar) e R$ 50,2 milhões no Consórcio Energético Cruzeiro do Sul – empresa formada em parceria com a Eletrosul para construir e operar a Usina Mauá, em obras no rio Tibagi. A Copel detém 51% de participação no empreendimento.

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