Copel pode ter 51% das ações de termelétrica

Proposta foi feita pelo governador Roberto Requião à ministra das Minas e Energia para revolver o problema da UEG em Araucária
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24/01/2005 - 00:00
Editoria
A Copel pode se tornar a acionista majoritária da UEG, termelétrica instalada em Araucária, e com isso ativar a usina. A proposta foi feita nesta segunda-feira (24) em Brasília pelo governador Roberto Requião à ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, que acatou a idéia. No encontro - em que também participaram diretores da El Paso (atual majoritária), Petrobrás, Copel e Itaipu Binacional - o governador e a ministra aprovaram a criação de uma comissão tripartite para discutir a proposta com mais detalhes. Atualmente, a El Paso detém 60% das ações da usina. A Copel é dona de outros 20% e a Petrobrás dos 20% restantes. A comissão, propôs o governador, terá 15 dias para definir valores e discutir soluções para questões técnicas que permitam o funcionamento da UEG. Sobre a proposta de a Copel se tornar majoritária no empreendimento, Requião destacou: “Agora, a El Paso sai do negócio ou fica como empresa minoritária”. A El Paso é uma multinacional norte-americana. O governador lembrou que a usina, construída na governo anterior, não pode funcionar porque seu mecanismo não se ajusta ao sistema nacional de distribuição de energia elétrica. “Se pusermos Araucária no sistema, ela derrubaria o sistema nacional”, acrescentou. Segundo Requião, é um problema que tem que ser resolvido com a reciclagem das turbinas ou com a troca. Ainda de acordo com o governador, é uma solução que não exclui a El Paso e que dá à Copel uma parceria ativa numa comissão de negociação constituída em lei. Luz - “Enfim, temos uma luz no fim do túnel”, destacou Requião. O governador diz que a negociação será feita com a Petrobrás porque o contrato de compra do gás boliviano é da empresa. Requião disse ainda que a ministra Dilma Rousseff, mais que intermediadora, teve papel fundamental na solução porque proporcionou o encontro. “Se não resolvêssemos o problema agora, a questão ficaria na justiça, o que poderia demorar décadas”, observou ainda. O governador afirmou também que não aceitaria que o caso fosse julgado por um tribunal internacional que, na sua visão, costuma não julgar em favor de países em desenvolvimento. Afirmou ainda que o prazo de 15 dias para a análise do caso pela comissão tripartide pode permitir que a usine entre em funcionamento a tempo de se habilitar ao leilão nacional de compra e venda de energia. Participaram do encontro o presidente da El Paso Energia, Eduardo Carrer; o presidente da Copel, Rubens Ghilardi, o presidente de Itaipu, Jorge Samek; e diretor da área de gás da Petrobrás, Ildo Sauer.